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Novo estudo confirma: a principal causa do cancro é o azar

Annie Cavanagh / Wellcome Images

Um cluster de células cancerígenas num cancro de mama

Um cluster de células cancerígenas num cancro de mama

Há uma nova pesquisa que confirma que dois terços dos cancros não podem ser prevenidos com melhorias no estilo de vida: devem-se a puro azar genético.

A hereditariedade e os factores ambientais, como o fumo do tabaco e a radiação ultravioleta, têm sido apontados como as principais causas de cancro.

Mas uma nova investigação coordenada por geneticistas da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, confirma que dois terços das mutações genéticas cancerígenas, que ocorrem no processo de replicação do ADN, se devem a erros ao acaso.

Só os restantes casos é que estão relacionadas com a hereditariedade e com o ambiente, concluem os investigadores, no artigo científico publicado na Science.

Os mesmos investigadores, da Faculdade de Medicina Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos EUA, tinham divulgado conclusões semelhantes, num estudo de 2015 que tinha permitido concluir que 2 em cada 3 casos de cancro são azar.

Nesta nova pesquisa, os investigadores Cristian Tomasetti e Bert Vogelstein conseguiram identificar provas novas que reforçam a ideia do azar, com base num modelo matemático e em dados epidemiológicos de grande escala.

“Sabe-se bem que devemos evitar factores ambientais como fumar, para reduzir o risco de cancro; mas é menos sabido que, cada vez que uma célula normal se divide e duplica o seu ADN, para gerar duas células novas, comete múltiplos erros“, explica Tomasetti, em declarações divulgadas pelo jornal El País.

“Esses erros de cópia são uma fonte poderosa de mutações do cancro que, historicamente, se desvalorizou e o nosso trabalho traz a estimativa da fracção de mutações causada por eles”, acrescenta Tomasetti.

Em 2015, as conclusões destes investigadores causaram polémica e muitos médicos sublinharam então que é muito importante continuar a ter cuidados de saúde – nomeadamente com o tabaco, o sol a alimentação, porque o cancro pode ser evitado.

Para os casos de puro azar genético, ganha importância a detecção precoce – um dado que o novo estudo vem reforçar.

ZAP //

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