Novo cátodo vai revolucionar as baterias de iões de lítio

Uma equipa de cientistas desenvolveu um novo cátodo de baixo custo que poderá revolucionar as baterias de iões de lítio, com potencial para ter um impacto no mercado dos veículos elétricos e nos sistemas de armazenamento de energia em grande escala.

O material catódico recentemente desenvolvido denomina-se o cloreto de ferro (FeCI3). Custa apenas 1 a 2% dos materiais catódicos tradicionais e oferece a mesma capacidade de armazenamento de energia.

Segundo o Tech Explorist, estes materiais desempenham um papel crucial no desempenho, vida útil e custo de uma bateria, e esta método poderá melhorar o mercado dos veículos elétricos e o mercado das baterias de iões de lítio.

Num novo estudo, publicado na semana passada na Nature Sustainability, os investigadores descobriram que o FeCI3 apresenta uma tensão mais elevada do que o cátodo LiFePO4 (fosfato de lítio e ferro), amplamente utilizado, o que é análogo à força elétrica que uma bateria fornece quando ligada a um dispositivo.

“Isto não só pode tornar os veículos elétricos muito mais baratos do que os automóveis de combustão, como também proporciona uma nova e promissora forma de armazenamento de energia em grande escala, aumentando a resiliência da rede elétrica”, diz o autor principal do estudo, Hailong Chen.

“Além disso, o nosso cátodo melhoraria a sustentabilidade e a estabilidade da cadeia de abastecimento do mercado de veículos elétricos”, acrescenta.

Os cátodos atualmente dominantes nos veículos elétricos baseiam-se em óxidos e exigem uma grande quantidade de níquel e cobalto, ambos elementos pesados que podem ser tóxicos e trazer problemas ambientais.

Por sua vez, o cátodo agora desenvolvido é constituído apenas por ferro e cloro — elementos abundantes, acessíveis e amplamente utilizados.

“Queremos tornar os materiais bons o melhor possível no laboratório e compreender os mecanismos de funcionamento subjacentes. No entanto, estamos abertos a oportunidades para aumentar esta tecnologia e levá-la a aplicações comerciais“, conclui Chen.

Assim, esta tecnologia pode vir a ser comercialmente viável para veículos elétricos em menos de cinco anos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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