Novo Banco quer vender bens de Luís Filipe Vieira avaliados em 100 milhões de euros

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Tiago Petinga / Lusa

Luís Filipe Vieira

Os bens pertencem ao fundo FIAE e a sua venda servirá para liquidar as dívidas do grupo Promovalor ao Novo Banco.

O Novo Banco (NB) quer avançar com a venda de propriedades pertencentes ao grupo empresarial de Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, avaliadas em mais de 100 milhões de euros.

Estes bens, localizados em áreas de elevado interesse imobiliário como Lisboa e Algarve, foram anteriormente integrados no fundo FIAE – Promoção e Turismo, em 2017, e consistem em 11 terrenos destinados à urbanização. A venda destes ativos surge como um esforço para abater parte da dívida do grupo Promovalor ao NB, que, aquando da criação do FIAE, rondava os 400 milhões de euros.

O NB já solicitou ao Fundo de Resolução (FdR) a aprovação do Processo Especial de Revitalização (PER) para as empresas de Vieira incluídas no FIAE, dada a sua precária situação económica e o iminente risco de falência. O FdR encontra-se atualmente a analisar este pedido, avança o Correio da Manhã.

A aprovação do PER permitiria ao NB, que detém 96% do FIAE, adquirir os terrenos como pagamento parcial da dívida, podendo posteriormente aliená-los. Entre os ativos mais valiosos destacam-se o Parque Oriente, em Santa Iria da Azoia, e o Pinheirinho, em Santa Luzia, Tavira, ambos com significativo potencial de construção.

A operação de venda dos terrenos não só visa a valorização dos ativos do grupo de Vieira mas também desbloquear o fundo FIAE e contribuir para a liquidação da dívida do grupo Promovalor ao NB. Luís Filipe Vieira, conhecido como um dos maiores devedores do banco, e o próprio NB abstiveram-se de comentar sobre o processo.

Além dos terrenos em Portugal, o FIAE inclui ativos valiosos como o Hotel Sheraton na Reserva do Paiva, no Brasil, e um parque de escritórios em Maputo, Moçambique, totalizando um valor de 219,7 milhões de euros. O NB e Vieira são os principais detentores das unidades de participação do FIAE, com o banco a deter a grande maioria (96%) e Vieira uma pequena fração (4%).

Luís Filipe Vieira, em depoimento ao Parlamento em 2021, criticou o NB por não disponibilizar financiamento para os projetos do FIAE. O fundo, criado em 2017 com vigência até 2042, tinha como objetivo a valorização dos ativos das empresas de Vieira para o pagamento da dívida ao NB.

ZAP //

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