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Afinal, Novo Banco só deverá recorrer ao capital do fundo de resolução em 2021

Este domingo, o Novo Banco veio esclarecer que não vai recorrer ao mecanismo de capital contingente (CCA) este ano, devendo recorrer ao capital do fundo de resolução em 2021, dependendo dos resultados do exercício de 2020.

Num comunicado enviado às redações, citado pela TSF, o banco liderado por António Ramalho indicou que, “ao contrário do que tem vindo a ser erradamente interpretado por vários meios de comunicação social e outras fontes de informação”, “qualquer eventual nova chamada de capital referente a necessidades de 2020, de acordo com o atual modelo, será feita em 2021, após aprovação das contas auditadas, após parecer da Comissão de Acompanhamento e verificadas com agente independente.”

Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o presidente do Novo Banco, António Ramalho, afirmou que, por causa da pandemia, o banco vai precisar de mais dinheiro do que o previsto para este ano. O modelo em vigor prevê que, mesmo que para fazer face a necessidades de 2020, o eventual reforço de capital só será feito no ano seguinte.

Na mesma entrevista, António Ramalho concordou que o Parlamento venha a ter acesso ao contrato de venda do Novo Banco por questões de transparência.

“Todos os contratos têm cláusulas de incumprimento doloso e este não foge à regra. Aliás, espero que os contratos sejam divulgados de uma forma muito clara até porque saímos todos com vantagem da divulgação e da transparência”, disse António Ramalho.

“Não vejo nenhuma limitação, para além das limitações que decorrem do sigilo comercial e do sigilo bancário, para não dar informação sobre todos os contratos”, acrescentou o presidente do Novo Banco.

Os deputados da comissão de orçamento e Finanças aprovaram por unanimidade o requerimento do Bloco de Esquerda para que seja entregue ao parlamento o contrato de venda do Novo Banco ao Lone Star.

O dinheiro recebido pelo Novo Banco para se recapitalizar totaliza 2.978 milhões de euros desde 2017.

O Novo Banco registou prejuízos de 1058,8 milhões de euros em 2019, uma diminuição face aos 1412,6 milhões de euros verificados em 2018. Já no primeiro trimestre de 2020, a instituição financeira totalizou um prejuízo de 179,1 milhões de euros, valor que compara com um resultado líquido negativo de 93,1 milhões de euros registado em igual período do ano anterior.

Apesar dos prejuízos, isso não impediu os administradores da instituição de receberem prémios anuais de quase dois milhões de euros pelo seu desempenho em 2019. São bónus superiores aos pagos no BCP, no Santander Totta e no BPI, instituições que apresentaram melhores resultados financeiros.

ZAP //

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