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Nova igreja do Parque das Nações inova com “baby-sitting”

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paroquia-navegantes.org

Pormenor da fachada da nova Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes

Pormenor da fachada da nova Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes

Em véspera da inauguração, dão-se os últimos retoques na nova igreja do Parque das Nações, construção que a crise tornou mais austera, mas que inova com espaços de “baby-sitting”, para servir uma comunidade jovem e com muitos bebés.

Com um custo estimado entre os 3,6 e 3,9 milhões de euros, a nova igreja da Paróquia do Parque das Nações, que será inaugurada este domingo e consagrada pelo Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, a Nossa Senhora dos Navegantes, é uma construção circular, de cinco mil metros quadrados, que integra o complexo paroquial do Parque das Nações.

No interior do templo, destacam-se o retábulo principal, que representa, em silhueta, a transfiguração de Cristo, o altar-mor, colocado sobre uma pedra praticamente em bruto retirada da serra de Sintra, e a pia batismal feita no mesmo tipo de rocha sob uma entrada em forma de cruz.

Com capacidade para acolher 700 pessoas, o projeto inicial previa o revestimento das paredes por vitrais – para tirar partido da luz natural – uma ideia que acabaria por ser abandonada para reduzir os custos da construção.

“O primeiro projeto foi pensado num contexto económico diferente. Houve necessidade de adaptar o projeto à realidade dos tempos de hoje e à capacidade da comunidade”, disse à agência Lusa o padre Paulo Franco.

Responsável pela paróquia desde 2005 e principal impulsionador da construção da nova igreja, Paulo Franco admitiu que “foi preciso reduzir drasticamente os custos”.

Assim, dos cinco mistérios luminosos – Bodas de Cana, a Transfiguração, instituição da Eucaristia, Batismo do Senhor e pregação do Reino – que inspiraram o conceito do templo, passou-se a três e os vitrais acabaram por ser substituídos por ripas de madeira.

“A ideia era usar a luz para conformar o espaço. No projeto inicial isso era conseguido através de muitos vitrais e isso foi reduzido por motivos de custo”, disse, por seu lado,  José Maria Dias Coelho, o arquiteto responsável pela obra

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Vista aérea da nova Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes

Vista aérea da nova Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes

José Maria Coelho adiantou que foi preciso dar a volta ao conceito “sem deixar de pretender que fosse a luz a conformar o espaço” e acredita que, apesar de não ser “exatamente” o que foi projetado, se as pessoas se sentirem bem na igreja ficará satisfeito com o resultado.

Visivelmente satisfeito, o padre Paulo Franco destaca a “generosidade e o empenho” dos fiéis, considerando que custear esta obra foi sobretudo “responsabilidade da comunidade”.

“É pelos donativos, pelo empenho e pela generosidade das pessoas que foi possível chegar até este momento e que é possível dentro de 15 anos amortizar o financiamento bancário que foi preciso contrair”.

E foi a pensar na comunidade que a nova igreja contemplou dois locais especialmente destinados a famílias com crianças e bebés, os chamados espaços “baby-sitting“, uma inovação em Portugal, mas muito comum em igrejas no estrangeiro.

Trata-se de espaços integrados na igreja, mas separados desta por um vidro, onde as famílias com crianças podem assistir à missa sem perturbar os restantes fiéis.

“Temos uma comunidade com uma média etária muito baixa e com muitas crianças e muitos bebés e as nossas celebrações estão cheias de casais novos com os seus filhos, muitas vezes ainda bebés, que choram, que precisam de brincar e que precisam de um espaço mais adequado a sua impaciência para com uma hora de liturgia”, adiantou Paulo Franco.

“As pessoas participam na missa porque têm som, mas são insonorizados para que no resto da igreja não se ouçam as crianças a chorar”, acrescentou.

A igreja de Nossa Senhora dos Navegantes será consagrada domingo numa cerimónia em que o patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, receberá as chaves do construtor da obra para depois as confiar ao responsável da paróquia.

/Lusa

2 Comments

  1. A ideia da sala insonorizada, como diz o texto, é importada do estrangeiro, e é estranha à nossa cultura tradicional católica. Que tristeza! Agora que o papa Francisco nos vem falar do acolhimento de Deus, agora que ele baptizou 32 crianças na Capela Sistina e afirmou durante a missa, “o coro canta bem, mas o som das crianças é o melhor dos coros”, agora que a Igreja está a recuperar o acolhimento de Jesus, vamos nós adoptar o que de pior existe na cultura estrangeira, a saber, a noção de que as crianças incomodam… Jesus repete certamente hoje como então: “Deixai vir a Mim as criancinhas, não as impeçais!” Na minha paróquia, o nosso pároco diz com frequência no final da missa: “Hoje ouviram-se crianças a chorar. Graças a Deus!”

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