Harvey Weinstein é acusado de agredir sexualmente uma menor de 16 anos em 2002, que avançou para a Justiça contra o famoso ex-produtor de cinema esta quinta-feira, depois de rejeitar um acordo fruto de uma ação civil coletiva.
A ação foi apresentada no tribunal estadual de Nova Iorque por Kaja Sokola. À data dos factos relatados, esta acabara de chegar a Nova Iorque, vinda da Polónia, e sonhava com ser atriz, ou modelo, disse o seu advogado, Douglas Wigdor, em comunicado, citado pela AFP.
Em 2018, Sokola associou-se a uma ação coletiva contra o magnata de Hollywood, sem revelar a sua identidade. Quando, em 11 de dezembro, os advogados de Weinstein anunciaram que chegaram a um acordo de princípio com as supostas vítimas para resolver a ação coletiva, Kaja Sokola rejeitou os termos e decidiu apresentar uma nova ação judicial em seu nome.
Embora a agressão tenha acontecido há 17 anos, uma lei que entrou em vigor em agosto em Nova Iorque estendeu consideravelmente os prazos de prescrição para crimes de agressão sexual contra menores.
Segundo a ação de 23 páginas, a jovem Kaja Sokola foi apresentada em setembro de 2002 a Weinstein, que a convidou para almoçar alguns dias depois. Ele teria dado a entender que queria ajudá-la na carreira. Em vez de levá-la para um restaurante, levou-a para sua casa, onde a queixosa garante que Weinstein a “aterrorizou e abusou sexualmente”.
Hoje, Sokola, de 33 anos, trabalha como psicóloga e terapeuta na Polónia. O valor da indemnização exigida não foi divulgado.
O acordo com 30 atrizes que o processaram permitirá a Weinstein livrar-se de uma boa parte das denúncias contra si e a sua antiga empresa, The Weinstein Company. As vítimas, na sua maioria atrizes e funcionárias, acusaram o produtor de assédio sexual e violações.
Dos 25 milhões de dólares (cerca de 22 milhões de euros), 6,2 milhões (5,6 milhões de euros) serão divididos entre 18 vítimas, com nenhuma a conseguir mais do que meio milhão de dólares (perto de 450 mil euros).
Os 18,5 milhões de dólares (16,6 milhões de euros) destinam-se aos autores de uma ação coletiva e outra ação movida pelo Ministério Público de Nova Iorque, bem como para os futuros demandantes num processo que seria conduzido por um profissional indicado pelo tribunal e que alocaria os fundos de acordo com a gravidade de cada caso.
Gostava de ver essas provas do tais factos ocorridos em 2002!…