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As notas do euro vão mudar e Elvira Fortunato vai ser a representante portuguesa no grupo de discussão

Manuel de Almeida / Lusa

Elvira Fortunato

Christine Lagarde considera que atualização do design é importante “para que cidadãos europeus de todas as idades e contextos possam identificar-se” com as notas.

Depois de 20 anos a figurarem nas notas de euros que diariamente os europeus carregam, as figuras arquitetónicas, tais como portas ou pontes, vão finalmente ser substituídas por novas figuras. O anúncio foi feito esta semana pelo Banco Central Europeu, que fez ainda saber que será criado um “grupo de aconselhamento“, composto por representantes de cada estado-membro, e que terá como objetivo selecionar alguns motivos que, a partir de 2024, irão passar a ilustrar as notas.

O processo, de acordo com o comunicado de imprensa lançado pelo BCE, irá começar pela formação de um focus groups com “pessoas de toda a zona euro” que irão dar as suas opiniões sobre as temáticas que irão estar presentes nas notas, seguindo-se uma seleção dessas mesmas temáticas por parte do grupo de aconselhamento — as quais serão submetidas à principal instituição financeira da Europa.

Posteriormente, o Conselho do BCE, escreve o Observador, irá “convidar o público a pronunciar-se sobre os temas selecionados”, mas também sobre os designs das novas notas — assim que estes existam. Entre os temas que o Banco Central Europeu está  disposto a receber estão áreas como a “história, as ciências naturais e sociais e sociais, artes visuais e tecnologias.

“As notas de euro estão aqui para ficar. São um símbolo visível e tangível de que estamos juntos na Europa, especialmente em tempos de crise, e ainda existe muita procura por elas” afirmou Christine Lagarde, no comunicado de imprensa divulgado pelo BCE. Sobre as atuais notas, considera que “após 20 anos, chegou a hora de reavaliar” o seu o aspeto para que cidadãos europeus de todas as idades e contextos possam identificar-se com elas”.

Perante a formação de um grupo de trabalho cujo objetivo é discutir notas e o seu design, não é de estranhar que, olhando para a luta de figuras relevantes no contexto nacional, o Banco de Portugal tenha escolhido Elvira Fortunato, investigadora que descobriu o transístor de papel (uma espécie de chip feito desse material) tenha sido selecionada para representar Portugal no grupo de aconselhamento.

Para já, a cientista ainda não tem muitas informações sobre como o processo irá evoluir, afirmando ao Observador que “está tudo em aberto” e que terá uma reunião remota sobre o tópico esta semana. Relativamente à sua participação, diz ser “evidente” que fará tudo “para que alguma coisa de Portugal possa ficar representada”, apesar de ainda não ter nenhum elemento definido. “Pode ser algo na área da tecnologia, por exemplo. Há muitas áreas que podem ser escolhidas“, aponta.

No que respeita à mudança das ilustrações das notas, Elvira Fortunato concorda com a atualização e com a decisão do Banco Central Europeu. “Não há evolução se não existir mudança. Sou fã de mudança. E de mudança para melhor. Revejo-me perfeitamente na ideia do BCE de que é preciso reavaliar o aspeto das notas”.

Já o Banco de Portugal, em comunicado, destacou que “a seleção da Professora Elvira Fortunato como representante portuguesa no Theme Advisory Group do BCE foi feita com base no seu currículo académico, do qual constam mais de 500 publicações científicas e múltiplos prémios e distinções internacionais, além do trabalho de investigação desenvolvido sobre eletrónica transparente e transístores de papel”.

Este ponto de ligação foi reconhecido pela própria em declarações à TSF. “Eu trabalho na área da eletrónica de papel, nós inventámos o transístor de papel e penso que o facto [do papel] ser um dos materiais usados nas notas pode ter contribuído para esta nomeação”, considerou.

ARM //

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