Nos números de desemprego do Norte e Centro podem estar os primeiros sinais de recessão económica

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Alguns economistas consideram que estes números podem ser um indício de um começo da recessão em regiões onde o tecido económico está menos dependente do turismo.

Apesar da crise de mão de obra relatada por diversos setores, o Instituto do Emprego e Formação Profissional deu conta, no final de agosto, de mais desempregados inscritos em 100 municípios do Norte e do Centro, face ao final do mês de junho. De acordo com o Jornal de Notícias, nem no pico de verão, época propícia a um aumento deste indicador, estes territórios conseguiram empregar mais de 157 mil pessoas desempregadas em agosto — contrariando uma tendência do mesmo período do ano passado.

Como tal, alguns economistas consideram que estes números podem ser um indício de um começo da recessão em regiões onde o tecido económico está menos dependente do turismo. De facto, só no Algarve houve menos desempregados em todos os concelhos. Segundo a mesma fonte, nos meses de julho e agosto, todas as regiões registaram menos desemprego, sendo o Algarve a exceção.

Os desempregados aumentaram 3% no Norte, no Centro e no Alentejo, tendo apenas diminuído 2% em Lisboa e Vale do Tejo e 17% no Algarve. Ao mesmo jornal, José Reis, economista, afirmou que “a questão principal reside na estrutura produtiva de cada região e no peso que o turismo aí tem”. “O facto de o Norte e o Centro terem uma estrutura mais diversificada, com menor peso turístico e mais indústria, leva a que sejam menos beneficiados pelo impacto sazonal e reflitam outros problemas, próprios de outros“, explicou.

João Cerejeira, economista, entende que “é possível que quem está inscrito no desemprego não tenha as características necessárias para o turismo, em especial no Norte e Centro, onde o salário médio é inferior ao de Lisboa e Vale do Tejo e, por conseguinte, também é mais afetado pela inflação“.

Como tal, entende que “a subida do cabaz de alimentação penaliza mais os trabalhadores a Norte” e ser “normal que as famílias tenham começado a conter gastos”. Simultaneamente, há menos turistas estrangeiros nestas regiões do que no Algarve, portanto estão mais expostas aos problemas dos residentes”.

ZAP //

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