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“Ninguém me dá tau-tau”. Porta-voz do Chega explica polémica da subvenção e deixa aviso a Ventura

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ALA - Academia de Letras e Artes / Facebook

António Sousa Lara, ex-porta-voz do Chega.

O ex-porta-voz do Chega, Sousa Lara, explica que a direcção do partido o colocou “entre a espada e a parede” por causa da subvenção vitalícia de 1.343 euros a que tem direito. “Ninguém me dá tau-tau”, refere, justificando a demissão e deixando um aviso a André Ventura.

Sousa Lara tem direito a uma subvenção vitalícia de 1.343 euros depois de ter sido deputado na Assembleia da República por vários partidos. E preferiu demitir-se do Chega a prescindir do direito que lhe assiste e que não está, neste momento, a receber, por ser professor catedrático.

“Eu não sou contra a possibilidade de vir a receber. É um direito que decorre de uma lei que está aprovada em Portugal. E acho que já fui penalizado pelo Estado português em questões fiscais e em questões de roubalheira”, diz Sousa Lara em entrevista à Rádio Observador.

Sousa Lara assume que foi “posto entre a espada e a parede” por causa dessa subvenção numa “reunião da comissão política”, com o próprio André Ventura a vincar o facto de “não concordar com a existência de subvenções vitalícias dadas a políticos”.

Ninguém me dá tau-tau. Fui apanhado à meia-noite e tal de surpresa, depois de me terem sido perguntadas outras coisas. Fui posto entre a espada e a parede. Pedirem-me ‘8 ou nulos’, comigo, dá sempre mau resultado”, aponta Sousa Lara na entrevista, justificando assim porque preferiu demitir-se.

Apesar da demissão, Sousa Lara nota que continua a apoiar o Chega e que mantém a expectativa de que o partido cumpra o “papel histórico” de “endireitar a direita”, com os valores da “pátria”, da “família” e da “moral” na agenda.

Já fui candidato pelo CDS, pelo PPM, pelo PSD, pelo Chega. A minha lógica é uma lógica de direita. Eu tenho a visão dos partidos como um instrumento. Para mim são ferramentas ao serviço de qualquer coisa, que é aquilo que eu acho que configura o interesse do país”, considera Sousa Lara.

Quanto à eventual corrida de André Ventura à Presidência da República, o ex-porta-voz do Chega entende que “é uma atitude de risco” e “é um risco excessivo neste momento”, alerta.

Para Sousa Lara, “o Chega devia ter um candidato militar”, o que “é uma coisa que está proibida”. “Nós fomos controlados pelos militares depois do 25 Abril. O Chega tinha aqui a oportunidade de chamar um militar na reserva, reformado”, salienta, notando que já tem um nome na cabeça, mas que não o revela, e frisando que a “ideia” é que seja um nome “provocatório”.

ZAP //

7 Comments

  1. O Homenzinho sabe ser muito selectivo, não concorda em prescindir da subvenção que o seu partido quer abolir, mas quer continuar a apoia-lo !……… Bem ….é uma espécie de contra-senso !…Estes partidecos ainda não acabaram de nos surpreender com estas tribulações internas. A Joacine já se vai sentir menos só !

    • Em….. conclusão: Todas as medidas puras e duras decididas por o Partido para o bem do País, são necessárias. Logo que não venham bater a minha porta !……É a filosofia desta criatura !

      • Pois. Mas vai subir nas votações. Acredito nisto. Cada vez que o poder político fizer asneira este partido subirá. Em grande medida representa muitos dos que acham que a nossa democracia o é apenas de nome.
        Pessoalmente acho que a nossa democracia é uma treta. Não voto CHEGA nem nunca votarei, mas conheço muita gente que diz que da próxima vez irá votar neste partido. E são pessoas que não votam há anos, ou mesmo décadas. E moderadas. Nem tão pouco são racistas ou de direita. É um claro voto de protesto no sistema. E isto está a acontecer um pouco por toda a Europa, ampliado ainda pela imigração.

      • E tem razão em não votar. Exemplos de Países que optaram por Politicas extremistas, como o Brasil por ex:. Vêm-se obrigados depois a Imigrar. Brasileiros imigrados em Portugal votaram a 61% em favor do Bolsonaro, mas regressarem para o Brasil não querem!…vá saber-se porquê ????

      • Para além de o raciocínio não estar correto, também do ponto de vista gramatical a sua exposição merece alguns reparos (numa lógica pedagógica). Não é “vêm-se” mas sim “veem-se”. Depois eles não imigraram mas sim emigraram. Em relação a Portugal são imigrantes mas em relação ao seu país de origem são emigrantes.
        Em relação ao raciocínio também lhe posso dizer que está errado. Conheço muitos brasileiros em Portugal e posso afiançar-lhe que a grande maioria fugiu do crime e da total insegurança que se vive em todo o Brasil e, em especial, nas principais cidades. Por isso é que a maioria dos brasileiros que estão em Portugal votam no Bolsonaro. E não tencionam regressar porque a realidade brasileira atual é de total insegurança e crime generalizado. Quem tem família, filhos e algum dinheiro não irá regressar ao Brasil nos próximos tempos. Ficará pela Europa. Conheço muitos que saíram para outros países europeus.

      • E já agora, caro atento, também não é “au” mas sim “ao”. E quanto ao seu ponto de vista é sempre respeitável… digo eu…

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