O antigo eurodeputado britânico anunciou querer mudar o nome do Partido do Brexit para Reforma do Reino Unido e lutar contra a estratégia do Governo de confinamento nacional para combater a pandemia de covid-19.
“Os confinamentos não funcionam: na verdade, eles causam mais danos do que benefícios. Mas existe uma alternativa confiável, recomendada por alguns dos melhores epidemiologistas e médicos do mundo”, escreveu Nigel Farage, esta segunda-feira, num artigo publicado no jornal Daily Telegraph, em conjunto com Richard Tice.
O anúncio coincide com a decisão do Governo britânico de declarar um confinamento nacional de quatro semanas, a partir desta quinta-feira até 2 de dezembro, para tentar reduzir o aumento de infeções.
Farage invoca a “Declaração do Grande Barrington”, subscrita por alguns cientistas britânicos, que defende uma maior proteção para os idosos e pessoas com problemas de saúde que possam resultar em complicações se contraírem coronavírus, enquanto o resto da sociedade, sobretudo jovens, deve fazer uma vida perto do normal.
“O resto da população deve, com boas medidas de higiene e uma dose de bom senso, seguir em frente. Dessa forma, construímos imunidade na população. Os jovens atuam como guerreiros, criando um escudo de proteção. É claro que as famílias multigeracionais precisarão implementar medidas mais rígidas”, refere.
O novo partido pretende também fazer campanha pela restruturação de instituições britânicas como a Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento, a estação pública BBC e o sistema eleitoral.
“Embora continuemos de olho no Brexit, está na hora de redirecionar as nossas energias. Por isso pedimos à Comissão Eleitoral que renomeie o partido. Queremos ser conhecidos como o partido da Reforma”, escreve o político, a quem é atribuída parte da responsabilidade pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
No domingo, o Reino Unido registou 162 mortes e 23.254 novas infeções com covid-19 no espaço de 24 horas, tendo sido internadas 1442 pessoas nos hospitais devido a complicações resultantes do coronavírus.
Com 46.717 óbitos registados oficialmente, o Reino Unido é o país europeu com o maior número de mortes de covid-19 e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
// Lusa