Marcelo Rebelo de Sousa pode não ter o apoio do CDS nas próximas eleições. Os três principais candidatos à liderança deixam a porta aberta para o partido entrar na corrida às presidenciais de 2021 com um candidato próprio.
Abel Matos Santos, porta-voz da tendência interna (igualmente crítica da direção) Tendência Esperança em Movimento, não tem receio de assumir que está desiludido com o mandato presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações ao Diário de Notícias, o candidato à liderança do CDS referiu que, “em relação ao candidato presidencial, é uma candidatura unipessoal, portanto o CDS tanto pode ter um candidato próprio como apoiar um candidato em que o partido se reveja”.
Para Matos Santos, “não podem, existir tabus nesta matéria”, que “tem muito a ver com a figura que possa surgir, como candidato do CDS ou que o CDS apoie”.
“Infelizmente, o professor Marcelo Rebelo de Sousa se em alguns momentos e nalgumas matérias tem tomado posições consentâneas com a visão de sociedade que defendo e que entendo que o CDS deve defender, numa vasta área tem estado muito distante daquilo que entendo que deveria ter sido o seu posicionamento”, justifica.
No último congresso do CDS, Filipe Lobo D’Ávila, também candidato à liderança do partido, tinha aberto a porta ao apoio do CDS a uma eventual recandidatura de Marcelo. Agora, lembra que não foi tomada nenhuma decisão formal sobre a apoio a qualquer candidato à Presidência da República em 2021.
“As eleições presidenciais dependem de candidaturas individuais, pelo que o CDS deve manter todas as opções em aberto“, disse ao matutino.
Já João Almeida é o mais evasivo nesta questão: “Não havendo candidaturas apresentadas, o que posso garantir é que a decisão será debatida e tomada em conselho nacional.”
A prioridade do CDS é eleger um novo presidente. Ainda assim, o candidato vencedor no congresso poderá querer marcar a diferença na opção sobre as eleições presidenciais e, assim, apontar para um candidato próprio.