Os responsáveis do Banco de Portugal e do Novo Banco estão sob suspeita no âmbito do negócio de José Veiga para a compra de um banco em Cabo Verde. Um processo que só foi travado depois da sua detenção, apesar de o BdP ter considerado que ele não tinha idoneidade para liderar uma instituição financeira.
A TSF apurou que o caso está a gerar “grande desconforto” nas duas instituições, isto porque a explicação para todo este imbróglio só pode resultar de uma “falha grave do Governador Carlos Costa” ou de “violação dos deveres de diligência por parte de Eduardo Stock da Cunha, presidente executivo do Novo Banco”.
José Veiga, detido no âmbito da operação Rota do Atlântico por suspeitas de crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências, começou por tentar criar um Banco de raiz em Cabo Verde, mas viu essa intenção chumbada pelo Banco Central de Cabo Verde, a 20 de Novembro do ano passado.
Um chumbo que surgiu depois de um parecer do BdP que não via em Veiga idoneidade para ser dono de uma instituição bancária.
Apesar disso, a 31 de Dezembro, José Veiga terá assinado um contrato com o Novo Banco para a aquisição do Banco Internacional de Cabo Verde por 14 milhões de euros, reporta a TSF.
Negócio este que só foi travado pelo BdP a 17 de Fevereiro passado, após Veiga ter sido detido, com a instituição supervisora a argumentar a decisão com as alegações do Ministério Público de que a empresa do ex-dirigente do Benfica (Norwich Group) não tem licença para actuar no sector financeiro e de que é um mero escritório virtual, sem qualquer alusão ao parecer que tinha emitido antes sobre a falta de idoneidade do empresário.
Um quadro notado pela TSF que se afigura, no mínimo, suspeito e que pode revelar “falha grave” do BdP, conforme salientam fontes contactadas pela rádio.
Ou, por outro lado, indiciar “violação grave do dever de diligência em relação ao comprador” por parte da direcção de Stock da Cunha, segundo nota a TSF. Caso em que deveria ser aberto um processo e, em última instância, levar ao afastamento da actual administração do Novo Banco.
Stock da Cunha deverá ser confrontado com estes dados no Parlamento, quando for ouvido no âmbito dos despedimentos no Novo Banco. A audição ainda não tem data marcada.
ZAP
Pelo menos serviu p/ prender o dito cujo vigarista. ladrão, corrupto. Que andava por Africa a continuar a fazer das suas e ninguém lhe deitava a mão. Espero que se faça JUSTIÇA.