Negociações para trégua entre Israel e Hamas estão “numa fase avançada”

Mohammed Saber / EPA

Rocket lançado pelo Hamas contra Israel a partir da Faixa de Gaza, a 7 de outubro

Negociações em Paris “tiveram um resultado positivo”, garante o mediador Egito. Será declarada uma trégua de até seis semanas.

O Egito, um dos principais mediadores no conflito de Gaza, confirmou que as negociações em Paris para uma trégua entre Israel e o Hamas “tiveram um resultado positivo” e estão “numa fase avançada”, disseram hoje fontes egípcias à agência EFE.

“As conversações chegaram a um resultado positivo e a um ponto de encontro durante o qual será declarada uma trégua relativamente longa, de até seis semanas“, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas.

O acordo

O acordo inclui, numa primeira fase, a libertação de 30 reféns detidos pelo Hamas desde o ataque do grupo a Israel, em 7 de outubro, em troca de 300 prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas.

“Além disso, nesta primeira fase, haverá um cessar-fogo completo e a retirada das forças israelitas de Gaza (…) depois seguir-se-ão outras fases (das negociações) até à libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas”, acrescentaram.

Sublinharam também que durante esta primeira fase da trégua “as negociações abordarão questões como o futuro de Gaza, a solução de dois Estados e o relançamento das negociações de paz israelo-palestinianas”.

Numa segunda fase, todos os homens raptados seriam libertados em troca de um número ainda a ser determinado de prisioneiros palestinianos, bem como haveria a retirada completa do exército israelita do enclave palestiniano.

Na terceira fase, segundo o relatório, os corpos sem vida dos reféns, pelo menos 27, e de outros prisioneiros já mortos seriam trocados entre as partes.

As fontes atribuíram o “desenvolvimento positivo” às “concessões feitas pelos representantes do Hamas relativamente a muitas das suas exigências”.

Meios de comunicação israelitas revelaram na sexta-feira “progressos significativos” nas conversações de Paris que envolveram representantes de Israel, dos EUA, do Egito e do Qatar, mas avisaram que ainda há um longo caminho a percorrer.

O conselheiro de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, confirmou à imprensa israelita no sábado que o gabinete de guerra de Israel será informado nas próximas horas sobre o que foi discutido em Paris e disse que também que “será possível fazer progressos”.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem vindo a garantir que não haverá uma trégua permanente até que o Hamas seja eliminado.

“Nada nos demoverá e estamos convencidos que temos o poder, a força, a vontade e a determinação para alcançar todos os objetivos da guerra”, disse o primeiro-ministro israelita, citado pela agência noticiosa EFE, numa visita ao enclave palestiniano em meados de novembro do ano passado.

ZAP // Lusa

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