Greta Thunberg e companhia desviados por Israel e forçados a ver imagens do ataque de 7 de outubro

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FREEDOM FLOTILLA COALITION HANDOUT/EPA

Foto divulgada pela Freedom Flotilla Coalition (FFC) mostra a tripulação do navio Madleen, com destino a Gaza, antes de deixar o porto de Catânia, na ilha da Sicília, sul da Itália.

Navio de bandeira britânica que seguia com ajuda humanitária para o povo palestiniano foi travado. Os doze ativistas devem “regressar aos seus países”, disse Israel.

O navio com ajuda humanitária Madleen, que tentava chegar a Gaza com a ativista sueca Greta Thunberg a bordo, foi desviado na noite deste domingo pelas autoridades israelitas, que disseram aos passageiros para “regressar aos seus países”.

“[O navio] está a dirigir-se em segurança para a costa israelita. Os passageiros devem regressar aos seus países de origem”, declarou o ministério israelita dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.

O navio, com doze ativistas franceses, alemães, brasileiros, turcos, suecos, espanhóis e holandeses a bordo, tinha partido de Itália a 1 de junho para “quebrar o bloqueio israelita” em Gaza, onde a situação humanitária é desastrosa após mais de um ano e meio de guerra.

Depois de uma escala no Egito, o Madleen aproximou-se de Gaza, apesar dos avisos de Israel, que tinha dado ordens ao seu exército para o impedir de se aproximar do território palestiniano.

“O Estado de Israel não permitirá que ninguém viole o bloqueio marítimo de Gaza, cujo principal objetivo é impedir a transferência de armas para o Hamas, uma organização terrorista assassina que mantém os nossos reféns e comete crimes de guerra”, anunciou no domingo o ministro israelita da Defesa, Israel Katz.

Durante a noite, a Freedom Flotilla Coalition (FFC), que fretou o navio, anunciou a abordagem do navio pela armada israelita.

Perdeu-se a ligação com o Madleen. O exército israelita entrou a bordo do navio“, anunciou a coligação através da rede social Telegram, afirmando que a tripulação tinha sido ‘raptada pelas forças israelitas’.

Além de Greta Thunberg, o navio transportava também a eurodeputada franco-palestiniana de esquerda Rima Hassan.

“Ato de pirataria”

A FFC denunciou ainda a existência de uma “clara violação do direito internacional”, insistindo que a abordagem teve lugar em águas internacionais.

“Israel não tem autoridade legal para deter voluntários internacionais a bordo do Madleen”, afirmou o diretor da organização, Huwaida Arraf.

O Irão acusou Israel de ter praticado um ato de pirataria ao intercetar o barco de ajuda humanitária que tentava chegar a Gaza.

“O ataque a este barco é considerado uma forma de pirataria segundo o direito internacional”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baqaei.

Numa conferência de imprensa, o Irão insistiu que a abordagem, antes do amanhecer, ocorreu em águas internacionais.

Israel vai mostrar “atrocidades” aos ativistas

As forças armadas israelitas disseram que iriam transmitir para o iate Madleen imagens dos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadearam a ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

O ministro da Defesa Israel Katz afirmou que deu ordens para que fossem passadas imagens dos ataques para aqueles que vinham a bordo, que segundo imagens do ministério receberam alimento e água à chegada ao Porto de Ashdod.

“A antissemita Greta e os seus amigos que apoiam o Hamas devem ver exatamente o que é a organização terrorista que vieram apoiar e em nome da qual agiram”, disse o ministro israelita. “Devem ver as atrocidades cometidas contra mulheres, idosos e crianças e compreender contra quem Israel luta para se defender”, escreveu esta segunda-feira no X.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. O governo isrelita continua paulatinamente a assegurar o ódio palestiniano contra os judeus por muitas gerações. Que benefício espera tirar disso? Não faço a mínima ideia.

    • Tens toda a razão mas é justo colocar a questão ao contrário: O que ganhou o HAMAS em assegurar o ódio Israelita contra os muçulmanos por muitas gerações?

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