O líder da oposição na Rússia, Alexei Navalny, foi esta terça-feira condenado a três anos e meio de prisão por um tribunal de Moscovo. Vladimir Putin “passará à história como o envenenador de ‘slipes’”, disse.
Ainda assim, o juiz subtraiu quase um ano dessa sentença devido ao tempo que passou em prisão domiciliária que cumpriu na altura. Ou seja, Navalny cumprirá apenas dois anos e oito meses de prisão.
Esta decisão promete inflamar a já tensa relação entre o Kremlin e os apoiantes do ativista anticorrupção, o que fez com que as autoridades levassem um grande número de polícias de choque para os centros de Moscovo e São Petersburgo, na antecipação a novas manifestações por Navalny.
Navalny qualificou a sua comparência perante a justiça como uma tentativa de “amedrontar milhões” e disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, “passará à história como envenenador”.
“O mais importante neste processo é amedrontar uma quantidade enorme de pessoas. Prenderam-me para fazer medo a milhões de outros”, proclamou o opositor, que poderá ser condenado entre dois anos e meio e três anos e meio de prisão por ter violado, segundo as autoridades, os termos do seu controlo judiciário.
“Isto não é uma demonstração de força, mas sim de debilidade. Não se podem prender centenas de milhares, ou milhões de pessoas, é impossível”, afirmou.
“Quando se aperceberem, e esse momento chegará, não podereis prender todo o país”, insistiu.
O opositor voltou a acusar o Presidente russo de ter ordenado o seu envenenamento com um agente neurotóxico do tipo Novitchok em agosto de 2020.
Vladimir Putin “passará à história como o envenenador de ‘slipes’”, incentivou, numa alusão à forma como terá sido envenenado.
“Demonstrámos e provámos que Putin, via o FSB [os serviços de informações], cometeu uma tentativa de assassinato e que não sou a única [vítima]. Muitos também o sabem, outros vão sabe-lo, e isso enlouquece este pequeno ser no seu bunker”, disse.
Segundo Navalny, o veneno que pretendia eliminá-lo foi colocado na sua roupa, quando se encontrava num hotel durante uma viagem à cidade siberiana de Tomsk.
Navalny assegurou ter ficado demonstrado que “Putin cometeu essa tentativa de assassinato”. “Sabem, hoje um tal Alexandre (II), o Libertador, e um tal Yaroslav, o Sábio, e nós temos Vladimir, o Envenenador”.
O opositor sublinhou que “todos se convenceram que ele [Putin] era um simples funcionário, que foi posto no cargo por casualidade. Nunca participou num debate. O seu único meio de luta é o assassinato”.
Navalny, que foi detido em 17 de janeiro no seu regresso da Alemanha, onde se encontrava em convalescença, exigiu ainda a sua libertação imediata e de todos os detidos.
“A minha vida vale três cêntimos. Mas vou fazer todos os possíveis para que a lei prevaleça e saúdo todas as pessoas honestas que não têm medo de sair às ruas em todo o país”, assinalou.
Mais de 230 pessoas foram detidas nas imediações do Tribunal da capital russa, onde foram estabelecidas estritas medidas de segurança.
O Kremlin rejeitou todas as críticas ocidentais à detenção de Navalny e o desproporcionado uso da força da polícia contra os protestos de 23 e 31 de janeiro em apoio ao opositor, onde foram detidas ou identificadas cerca de 10 mil pessoas.
ZAP // Lusa
Navalny, que na campanha para as eleições presidencias na Rússia, em 2018, nunca obteve mais de 3,9% das intenções de voto, quer convencer-nos de que é o “grande opositor” de Putin, e que por isso o tentaram envenenar. Na verdade Putin totalmente ignora o “pseudo lider da oposição”, e certamente nunca perderia tempo a tentar eliminá-lo. Este palhaço – tal como Juan Guaidó na Venezuela -, não passa de uma marioneta nas mãos dos serviços secretos ocidentais. Mas há em Portugal quem perca tempo a apoiá-lo.
Essa referência aos 3,9% dos votos ou é uma piada ou é de uma ignorância atroz!..
A Rússia não é uma democracia e por lá a liberdade de expressão está altamente condicionada, portanto não é possível extrapolar esses resultados para a realidade.
Alguém com alguns recursos a criticar o regime do Putin é sempre um “grande opositor” e o Putin não hesitará em cortar-lhes as pernas antes que sejam realmente grandes – como acabou de fazer!!
Aconselho-o a ir ver os resultados das sondagens russas, neste site:
https://en.wikipedia.org/wiki/Opinion_polling_for_the_2018_Russian_presidential_election#Early_opinion_polls
Pelo menos dois políticos da oposição, Grudinin e Zhirinovski, tinham resultados nessas sondagens muito superiores ao Navalny, e nenhum deles foi preso ou envenenado. Navalny é um palhaço que os próprios russoa não querem ver nem à distância…
Sondagens numa ditadura? A sério?
Eu não fiz qualquer consideração sobre o Navalny; apenas sobre regime russo controlado com pulso bem firme pelo ditador milionário Putin!
O Bloco de Esquerda e PCP mais alguns esquerdopatas, já terão convocado alguma manifestação contra esta atitude do camarada Putin? Normalmente costumam estar na linha da frente contra atitudes que eles consideram injustas e desumanas!
Que confusão para aí vai… o Putin é um ditador de extrema-direita e o Kremlin é o maior financiador da extrema-direita europeia – principalmente da Le Pen – grande amiga do Ventura.
Portanto, em Portugal, o partido mais próximo do Putin é o Chega!!
Apenas um exemplo para os mais distraídos:
20 anos de Putinismo: a luta está viva na Rússia
“O regime autoritário de Vladimir Putin diz oferecer ordem em vez do caos pós-soviético. Mas a dura repressão das manifestações da oposição mostra o seu medo do crescente descontentamento popular. Artigo de Ilya Matveev.”
1 de Setembro, 2019
esquerda.net/artigo/20-anos-de-putinismo-luta-esta-viva-na-russia/62992