NATO avisa aliados: podem proteger-se, mas…

Na sede da NATO, opta-se pela cautela e centra-se na necessidade de aumentar o fluxo de ajuda militar que os membros do bloco europeu enviam para Kiev.

A NATO reconheceu esta segunda-feira o direito dos seus Estados-membros de protegerem o seu espaço aéreo contra ataques, mas alertou para possíveis repercussões na Aliança se todos os países-membros começarem a abater mísseis russos na fronteira com a Ucrânia.

“A NATO tem a responsabilidade de evitar que a guerra da Rússia continue a escalar”, declarou um porta-voz da Aliança à agência de notícias Europa Press.

Nesse sentido, embora cada aliado da NATO tenha o direito de proteger o seu próprio espaço aéreo, o porta-voz alertou que as ações de cada membro em apoio à Ucrânia “também podem afetar a NATO no seu conjunto”.

A diplomacia da União Europeia disse a semana passada que cabe a cada Estado-membro definir a utilização que a Ucrânia faz das armas doadas para se defender da invasão russa, após Borrell ter defendido o levantamento de restrições.

Na sede da NATO, opta-se pela cautela e centra-se na necessidade de aumentar o fluxo de ajuda militar que os membros do bloco europeu enviam para Kiev.

Essa posição de aumento do fluxo da ajuda no âmbito da Aliança foi reafirmada numa reunião, semana passada, com o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, no âmbito no quadro do Conselho NATO-Ucrânia, no qual as autoridades ucranianas apresentaram o impacto da última vaga de ataques aéreos russos contra cidades e infraestruturas.

Numa entrevista publicada esta segunda-feira no jornal Financial Times, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radoslaw Sikorski, afirmou que o país tem a “obrigação” de abater mísseis russos que possam sobrevoar o seu espaço aéreo, apesar do receio que essa possibilidade gera no seio da NATO.

“Fazer parte da NATO não diminui a responsabilidade de cada país em proteger o seu próprio espaço aéreo”, afirmou Sikorski, apelando à “obrigação constitucional” de enfrentar esse tipo de ameaças e proteger os cidadãos.

ZAP // Lusa

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