NATO alerta para “bandeira falsa” de Moscovo sobre a existência de laboratórios químicos na Ucrânia

Stephanie Lecocq / EPA

Jens Stoltenberg (E) e Antony Blinken (D).

Secretário-geral da NATO lembrou o histórico de uso de armas químicas por Moscovo, seja na tentativa de neutralização de adversários internos ou em cenários de guerra, como na Síria.

Jens Stoltenberg mostrou-se preocupado com a possibilidade de a Rússia “montar uma falsa operação” que sirva como pretexto para justificar o uso de armas químicas na Ucrânia. Na sua declaração, o secretário-geral da NATO referiu-se ainda à “longa lista de mentiras” da Rússia para enquadrar os “argumentos absurdos” de Moscovo sobre a existência de laboratórios químicos na Ucrânia.

“Qualquer uso de armas químicas é absolutamente inaceitável e constituirá uma grave violação da lei internacional e da convenção que a Rússia assinou. Apelamentos diretamente à Rússia para que não o faça“, apontou o responsável que acrescentou que o regime de Putin “pagará um preço muito elevado” caso avance nesse sentido.

Já sobre a “mentira” da existência de laboratórios químicos na Ucrânia financiados pelo Ocidente, Stoltenber apontou tratar-se de mais uma “bandeira falsa” para o uso de armas químicas, o que, lembrou, constituiria um crime de guerra. O secretário-geral da NATO fez questão de referir que o Kremlin tem um histórico de uso de agentes químicos tanto em tentativas de neutralização de adversários internos, mas também em cenários de guerra, como aconteceu na Síria — de forma comprovada.

Para além do uso de reagentes químicos, os responsáveis da NATO estão também preocupados com o uso de armas convencionais nas proximidades de territórios pertencentes a países que integram a aliança ou até mesmo nesses territórios, fruto de “acidentes“.

“Estamos a vigiar e a monitorizar o espaço aéreo e a linha de fronteira, porque quando temos atividades militares e combates tão perto do nosso espaço comum, há sempre riscos de incidentes”, adiantou o secretário-geral da NATO, citado pelo Público, que fez saber que há uma linha de comunicação aberta entre as chefias militares da NATO e da Rússia para “prevenir e evitar que estes acidentes ocorram e criem uma espiral que faça piorar a situação”.

Esta será uma semana de trabalho intenso para os ministros da Defesa da aliança, que vão iniciar um debate político sobre a adaptação da postura de discussão e defesa da NATO. Para amanhã está prevista uma reunião, da qual deverá sair uma indicação para os comandos militares começarem a estudar “medidas concretas” tendo em vista o reforço da capacidade de defesa e proteção a longo prazo, “em todos os domínios”.

Na quinta-feira, é também esperada a presença de Joe Biden numa cimeira extraordinária da NATO, que se realizará em Bruxelas, sendo provável que o presidente dos Estados Unidos esteja igualmente presente no Conselho Europeu.

ZAP //

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