Investigadores suecos descobriram que as crianças que nascem na primavera e no verão têm mais probabilidade de desenvolver a doença celíaca – um transtorno auto-imune do intestino.
O estudo, publicado na Archives of Disease in Childhood, indica que a estação do ano e a cidade em que uma criança nasce tem influência na probabilidade de desenvolver esta condição auto-imune.
Os investigadores, da Universidade de Umea, na Suécia, concluíram que as pessoas que nascem no inverno – ou em cidades com menos luz solar – apresentam um risco menor de ter a doença celíaca do que aquelas que nascem em épocas quentes.
“A estação do ano e a área de nascimento parecem desempenhar um papel importante na doença”, afirmou Fredinah Namatovu, investigador de saúde pública da universidade sueca.
A deficiência de vitamina D – adquirida, em grande parte, pelo sol – pode estar também associada ao transtorno digestivo.
Para chegarem a esta conclusão, os investigadores analisaram cerca de dois milhões de crianças nascidas entre 1991 e 2009, das quais 6,600 tinham sido diagnosticadas com a doença.
O risco de diagnóstico foi cerca de 10% maior entre as crianças nascidas na primavera, verão e no outono, do que nas crianças nascidas no inverno.
E, como os padrões sazonais diferem por região, os investigadores observaram que o risco de doença celíaca é maior nas crianças nascidas no sul da Suécia – onde a luz solar na primavera e no verão é intensa – do que nas crianças nascidas no norte do país.
A doença celíaca é um problema auto-imune caraterizado por dificuldades na absorção de nutrientes quando o organismo entra em contacto com o glúten, um conjunto de proteínas presentes nos cereais como o trigo, a cevada e o centeio.
O transtorno digestivo afeta uma em cada 100 pessoas, mas várias pessoas podem ainda não ter sido diagnosticadas.
BZR, ZAP