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O caçador de planetas da NASA encontrou um exocometa a orbitar uma estrela alienígena

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O novo telescópio espacial da NASA, a TESS, pode estar a procurar mundos alienígenas, mas certamente não é a única coisa que sabe fazer. Agora, os astrónomos detetaram o primeiro exocometa nos dados da TESS.

A deteção foi feita na curva de luz de banda larga de uma estrela e a resultante queda na luz encaix-sea na curva de luz cometária prevista em 1999 pelos astrofísicos Alain Lecavelier des Etangs, Alfred Vidal-Madjar e Roger Ferlet. Os novos dados sobre o exocometa foram publicados no arXiv e ainda não foram revisto pelos pares.

Já se sabia que os exocometas existiam – foram detetados em mudanças no espectro eletromagnético de estrelas. Conforme o cometa passa entre nós e a estrela, a qualidade da luz muda de acordo com a química do cometa, o que permite aos astrónomos inferir a sua presença.

Desta vez, a estrela em questão é a Beta Pictoris, localizada a cerca de 63 anos-luz de distância. Por ser tão jovem – com apenas 20 milhões de anos – ainda está cercada por um disco de detritos que sobrou dos seus dias protoestelares. Incluídos neste disco estão centenas de cometas detetados usando o método espetroscópico. Mas uma deteção de curva de luz branca é uma coisa diferente.

“Outros astrónomos viram indícios de exocometas em relação a Beta Pictoris e outras estrelas usando um instrumento chamado espectrógrafo”, disse o astrónomo Matthew Kenworthy, da Universidade de Leiden, na Holanda. “Mas esta curva de luz é uma prova muito forte porque tem a forma predita por outro astrónomo há 20 anos. A curva de luz que vemos combina com o modelo de computador que ele fez.”

Quando se deteta um exoplaneta na curva de luz de uma estrela – que é chamado de método de trânsito da deteção de exoplanetas – aparece como um mergulho simétrico no brilho enquanto o planeta passa entre nós e a estrela.

Mas não é o que estamos a ver aqui. Em vez disso, há um mergulho repentino quando o objeto se move em frente da estrela, seguido por uma curva muito mais suave. Essa assimetria é causada pela cauda longa e empoeirada de um cometa. “Encontrámos depressões de curva de luz semelhantes e mais pequenas, que são provavelmente exocometas. É difícil calcular a forma e tamanho da cauda”, afirmou Kenworthy.

Agora que os astrónomos sabem o que procurar, estarão a esforçar-se por encontrar mais curvas de luz para tentar entender o papel dos cometas nos estágios iniciais da vida útil de um sistema planetário. Aprender isso permitiria aos cientistas relacionar a sua compreensão de exocometas à juventude do Sistema Solar, quando os cometas costumavam entrar no seu círculo interno com mais frequência.

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