Uma estrela enigmática a emitir misteriosos padrões de luz levou os cientistas a sugerir, em outubro, a possibilidade de vida alienígena no local.
A agência espacial norte-americana estava há quatro anos a monitorizar a estrela – chamada KIC 8462852 – e identificou padrões estranhos de luminosidade em 2011 e em 2013.
Um investigador chegou mesmo a associar o comportamento estranho e incomum da estrela, que lembrava um “enxame de megaestruturas”, a uma possível civilização extraterrestre.
Agora, descobertas recentes da agência apontam para a hipótese de que a aparência da estrela provavelmente seja causada por uma família de cometas viajando numa órbita longa e rara à sua volta.
À frente desta “família” haveria um enorme cometa, que teria bloqueado a luz da estrela em 2011, como foi detetado pela missão Kepler da NASA.
Depois, em 2013, o restante da família, fragmentos de cometas de diferentes tamanhos, teriam passado novamente em frente à estrela e bloqueado a sua luz, motivando os padrões luminosos misteriosos.
Obra alienígena
Quando a estrela foi identificada, o astrónomo Jason Wright, da Universidade da Pensilvânia, disse que parecia “algo que esperaríamos ser construído por uma civilização alienígena.”
Tabetha Boyajian, investigadora na Universidade de Yale, disse tratar-se de “algo nunca visto”.
Os investigadores usaram luz infravermelha para detetar movimentos de calor à volta da estrela, mas os cometas não estavam visíveis nas observações feitas nesse ano, o que deixa o caso ainda em aberto.
“Nós talvez ainda não saibamos o que está a ocorrer à volta dessa estrela, e é isso que a torna tão interessante”, afirmou o astrofísico Massimo Marengo, que conduziu o estudo da NASA, baseado em dados do telescópio espacial Spitzer.
Segundo Marengo, mais observações serão necessárias para esclarecer o caso da KIC 8462852.
“É uma estrela muito estranha, que me lembra a altura em que descobrimos os pulsares”, afirma, referindo-se às estrelas de neutrões que emitem ondas de rádio.
“Eles estavam a emitir sinais estranhos que ninguém tinha visto, e o primeiro a ser descoberto foi batizado LGM-1” (iniciais de Little Green Man – “pequeno homem verde”).
ZAP / BBC