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Novo Banco. Não há provas de que venda de imóveis lesou Estado

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A Procuradora-Geral da República considera “não existir prova bastante” para suportar a acusação do presidente do PSD, Rui Rio, de que a administração do Novo Banco alienou ativos “ao desbarato”.

O Ministério Público considera, em resposta ao primeiro-ministro António Costa, “não existir prova bastante” para suportar a acusação do presidente do PSD, Rui Rio, de que a administração do Novo Banco alienou ativos “ao desbarato”, afastando assim qualquer providência cível.

Esta posição, assinada pelo vice-procurador Geral da República João Monteiro, foi publicada no portal do Governo e surge em resposta a uma carta enviada pelo primeiro-ministro à procuradora Geral da República, Lucília Gago, em 24 de julho.

Na missiva, Costa pediu que o Ministério Público desenvolvesse os procedimentos cautelares adequados à proteção dos interesses financeiros do Estado, depois de o presidente do PSD, Rui Rio, ter feito uma intervenção no parlamento em que acusou a atual administração do Novo Banco de alienar ativos ao desbarato.

Na resposta, a PGR entende que, “face aos elementos factuais e de esclarecimento disponíveis, que tiveram a finalidade limitada de aferir a viabilidade do recurso à tutela jurisdicional cautelar, afigura-se inexistir prova bastante suscetível de suportar a conclusão de que futuras alienações de ativos imobiliários – se efetuadas nos moldes e termos anteriores – são suscetíveis de causar ao Estado dano grave e de difícil recuperação”.

Na parte conclusiva desta resposta, com 28 páginas, a PGR considera assim que “não há razão fundada para o Ministério Público recorrer à tutela jurisdicional e, consequentemente, proceder à interposição de uma qualquer providência cível visando a proteção dos interesses patrimoniais do Estado Português”.

O Ministério Público sustenta que as vendas efetuadas “foram aprovadas pelo Conselho de Administração Executivo e pelo Conselho Geral de Supervisão do Novo Banco, mereceram parecer favorável da Comissão de Acompanhamento e também a não oposição do Fundo de Resolução (no que diz respeito aos ativos integrados no referido mecanismo de capitalização contingente), no sentido de ser autorizada a venda dos ativos em causa”.

Já sobre a “disparidade verificada entre os valores contabilístico e bruto dos imóveis e o preço pelo qual vieram efetivamente a ser alienados, poder-se-ia afirmar – numa análise meramente oblíqua a perfunctória – que se trataram de vendas que não resultaram de uma gestão diligente ou que não foram realizadas tendo em conta os melhores interesses daquela instituição de crédito e dos seus acionistas.

No entanto, esta conclusão afigura-se, no mínimo, precipitada”, acrescenta-se na mesma resposta.

Ou seja, na análise do Ministério Público, “não se afigura – face aos elementos factuais disponíveis, reitera-se – que as vendas dos dois portfólios em apreço foram realizadas sem a prudência exigível e que, efetivamente, deve ser exigida”.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Provavelmente a procuradora Joana Marques Vidal não teria a mesma opinião!!! Talvez por isso ele fosse considerada incómoda. Desta procuradora nem o nome sei, apesar de ser respublica!!!!

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