Não há indícios de crime. Nora Quoirin terá morrido de fome

Fazry Ismail / EPA

A polícia malaia afirmou esta quinta-feira que a adolescente franco-irlandesa Nora Quoirin morreu na sequência de uma hemorragia interna, provocada nomeadamente por falta de alimentos, e que não tem qualquer indício de crime.

Nora Quoirin, de 15 anos, foi encontrada morta na terça-feira a cerca de 2,5 quilómetros do hotel de onde tinha desaparecido dez dias antes, no estado de Negeri Sembilan, cerca de 70 quilómetros a sul da capital da Malásia, Kuala Lumpur.

A adolescente sofreu “stress extremo” e “fome” e morreu devido a uma “hemorragia gastro-intestinal”, disse aos jornalistas o comandante da polícia local, Mohamad Mat Yusop. A morte terá ocorrido dois ou três dias depois do desaparecimento, precisou. “De momento não há nenhuma suspeita de crime”, acrescentou, afirmando basear-se nas conclusões da autópsia.

Nora Quorin, que sofria de uma deficiência mental ligeira, desapareceu na noite de 3 para 4 de agosto do hotel The Dusun, onde tinha acabado de chegar com a família, residente em Londres, para duas semanas de férias. As buscas para a encontrar prolongaram-se por dez dias e envolveram cerca de 350 polícias, bombeiros, mergulhadores e voluntários, apoiados por helicópteros.

O corpo foi descoberto, despido, por voluntários, numa zona onde já tinham sido feitas buscas. O cadáver foi transportado de helicóptero para a morgue do hospital, onde foi identificado e deverá ser autopsiado. “Não há qualquer indício de que tenha sido violada”, disse também o comandante da polícia.

O comandante adjunto da polícia nacional, Mazlan Mansor, disse que a polícia continua a tratar o caso como um desaparecimento, apesar de os familiares da rapariga terem evocado a hipótese de rapto. A família garantiu num comunicado que não acredita que a rapariga tenha saído sozinha.

O vice-chefe da polícia de Negeri Sembilan, Che Zakaria Othman, adiantou que uma equipa forense está a analisar as impressões digitais encontradas na casa de onde a rapariga desapareceu, mas escusou-se a dar mais detalhes. Ainda assim, o vice-chefe da polícia esclareceu que era a janela da sala de estar do andar térreo que estava aberta, e não a do quarto, no andar de cima, onde a adolescente dormia com os dois irmãos.

Che Zakaria Othman não adiantou se a janela estava aberta do lado de fora ou de dentro, lembrando que a investigação está em curso. Os pais estavam noutro quarto, também no andar de cima.

Os pais, Meabh, irlandesa, e Sébastien, francês, elogiaram os esforços das autoridades para encontrar a filha e ofereceram uma recompensa de 50.000 ringgit (cerca de 10.650 euros) por informações, compensação financiada por uma empresa irlandesa.

ZAP //

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