“Não há almoços grátis”. Israel retoma ataques a Gaza

Gali Tibbon / Afp Pool

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Pelo menos quatro pessoas morreram em vários ataques israelitas na Faixa de Gaza, após ter expirado a primeira fase do acordo de cessar-fogo. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou o Hamas de que “não haverá refeições grátis” sem acordo.

De acordo com fontes do Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao Hamas, duas pessoas morreram num ataque com drones à cidade de Beit Hanoun, no norte da Faixa de Gaza.

Por outro lado, uma mulher foi morta num outro ataque em Khan Yunis, no sul, e um jovem foi atingido por um atirador israelita quando estava no telhado da sua casa, em Rafah, no extremo sul do enclave.

O Crescente Vermelho da Palestina confirmou que as suas equipas transportaram três mortos e quatro feridos para o hospital, detalhando serem as duas vítimas mortais do ataque em Beit Hanoun, um ferido em Khan Younis e dois feridos em Rafah.

Os dois mortos de Beit Hanoun foram identificados pelas autoridades de saúde como tratando-se de Hudhayfak e Mohamed al Masri, enquanto a mulher que morreu em Khan Younis foi identificada como sendo Wafa Fasitas.

Já o jovem morto em Rafah foi identificado como Mahmoud Medhat Abu Harb.

As autoridades de saúde contabilizam ainda 12 feridos na sequência dos ataques, que acontecem depois de ter terminado este sábado a primeira fase do cessar-fogo e de as negociações para a segunda fase não terem ainda começado.

O Hamas exigiu este domingo a implementação da segunda fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza. A organização terrorista critica o chamado “plano Witkoff” — proposta norte-americana de uma trégua até meados de abril, que foi aceite por Israel.

“Não haverá refeições grátis” sem acordo

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou hoje o Hamas de que “não haverá refeições grátis”, depois de Israel ter suspendido a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza face ao fracasso de um acordo para a próxima fase do cessar-fogo.

“Se o Hamas acredita que é possível continuar o cessar-fogo ou usufruir das condições da primeira fase sem que aceitemos reféns, está gravemente enganado”, afirmou o chefe do Governo israelita no início de uma reunião do seu executivo, citado pela EFE.

Segundo Netanyahu, o grupo islamita “controla todos os fornecimentos e bens enviados para a Faixa de Gaza” e “maltrata a população de Gaza” que tenta receber ajuda. “Não vamos aceitar isto de forma alguma”, insistiu.

A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas terminou no sábado, sem um acordo sobre uma segunda fase, que deveria levar ao fim definitivo da guerra e à libertação de todos os reféns.

Pouco depois, o gabinete de Netanyahu emitiu uma declaração sobre um novo plano de Steve Witkoff, mediador enviado por Donald Trump, para prolongar a primeira fase até ao Ramadão e à Páscoa judia em troca da libertação de todos os reféns – algo a que o Hamas se opõe.

O plano Witkoff prevê que “metade dos reféns israelitas capturados pelo Hamas, mortos ou vivos” sejam libertados no primeiro dia da trégua proposta, com a libertação dos restantes a acontecer no final, se for alcançado um acordo sobre um cessar-fogo permanente”.

Se o Hamas continuar a consolidar a sua posição e não libertar os nossos reféns, haverá outras consequências, que não vou detalhar aqui”, afirmou Netanyahu.

ZAP // Lusa

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