Capital de Nagorno-Karabakh vive noite intensa de bombardeamentos

Aziz Karimov / EPA

A capital da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, Stepanakert, foi alvo de numerosos bombardeamentos esta madrugada, noticiou a agência France-Presse.

A intervalos regulares, quase todas as horas, soaram sirenes de aviso na cidade, mergulhada numa escuridão quase total, seguindo-se uma sucessão de explosões, cuja natureza não pôde ser determinada com precisão, indicou a AFP.

Esta terá sido a noite mais intensa de bombardeamentos desde o fim-de-semana, quando as forças azeris atacaram Stepanakert, uma cidade de 55 mil habitantes situada a uma altitude de quase mil metros nas montanhas de Karabakh, de acordo com a mesma fonte.

O bombardeamento continuou até às primeiras horas da manhã. Não foram divulgadas informações sobre o número de vítimas.

O enclave de Nagorno-Karabakh é palco desde há dez dias de combates entre as forças arménias e azeris, que disputam este pequeno território montanhoso, motivo de conflitos há séculos.

A região, situada no Cáucaso do Sul, tem sido alvo de uma escalada no conflito latente há vários anos entre o Azerbaijão e os separatistas apoiados pela Arménia. Naquela zona concentram-se interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, Rússia, Irão e países ocidentais.

Este território, de maioria arménia, integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.

Na sequência da uma guerra que provocou 30 mil mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk, constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.

Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos.

Desde 27 de setembro, data do início dos combates entre as forças arménias e azeris, que disputam o pequeno território, morreram 240 soldados e dezenas de civis, tendo os confrontos provocado ainda 80 feridos.

// Lusa

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