A grande “missão” de Elon Musk é assumir o controle da NASA, para focar a estratégia da exploração espacial em Marte, abandonando os planos já previstos de voltar à Lua.
Elon Musk investiu mais de 250 milhões de dólares na campanha para eleger Donald Trump como Presidente dos EUA. Uma quantia absurda que não é assim tão significativa para o homem mais rico do mundo.
Mas nem Musk tem dinheiro suficiente para “pagar” o seu plano megalómano de chegar a Marte, e de instalar no Planeta Vermelho uma colónia humana.
Para isso, o magnata pretende contar com o papel da NASA e tem como grande plano assumir o controle da Agência Nacional de Aeronáutica e do Espaço dos EUA, conforme assegura o jornal norte-americano Wall Street Journal (WSJ).
Citando “pessoas informadas sobre a conversa”, o jornal garante que no final do ano passado, Musk telefonou ao amigo Jared Isaacman a perguntar-lhe se aceitaria ser o “chefe” da NASA.
Um dos primeiros passos no sentido de “controlar” a NASA poderá passar pela nomeação de Jared Isaacman para a liderança da agência nos próximos meses, adianta o WSJ.
Isaacman é um empresário, piloto e astronauta comercial norte-americano, e além de investidor na SpaceX, também já viajou para o espaço nos foguetões da empresa de Musk.
Nos últimos meses, a NASA foi uma das agências governamentais afectadas por despedimentos em massa, no âmbito dos cortes levados a cabo pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que Musk está a supervisionar.
Mas o “assalto” à NASA já começou com a nomeação de importantes funcionários da SpaceX para órgãos da agência. Um desses casos é o de Michael Altenhofen, engenheiro aeroespacial e executivo importante da empresa de Musk, que foi designado como consultor sénior da NASA em Janeiro passado.
Trump pode cancelar planos da NASA para a Lua
A intenção de Musk é acelerar os planos para uma viagem ao Planeta Vermelho. O WSJ assegura que o magnata está a fazer tudo o que está ao seu alcance para pressionar a NASA para desistir das missões espaciais planeadas à Lua, para se concentrar totalmente em Marte.
Fontes contactadas pelo WSJ adiantam que a administração de Trump está a considerar cancelar o Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA, um foguetão gigante que está a ser concebido para enviar astronautas à Lua antes do final desta década.
A agência está a preparar a sua próxima missão tripulada Artemis II, em torno da Lua, para ser lançada daqui a cerca de um ano.
Cortar este investimento para concentrar os esforços da NASA na exploração espacial de Marte seria uma reviravolta quase chocante – tanto mais que seria um claro favorecimento a Musk e à Space X, que já é o principal fornecedor privado da agência aeroespacial norte-americana.
A SpaceX já está a conceber um grande foguetão para viagens interplanetárias chamado Starship. Com a NASA a redirecionar a sua aposta para Marte, seria a empresa de Musk a principal beneficiada, o que levantaria muitas questões em termos de conflito de interesses.
FAA investiga explosões da Starship e está na mira do DOGE
O DOGE de Musk também tem na mira a Administração Federal de Aviação (FAA), que é responsável por garantir que os lançamentos da Starship seguem as leis de segurança aérea.
Os últimos lançamentos da Starship não têm corrido da melhor forma. O último lançamento, em Março passado, terminou em explosão pouco após a descolagem, tendo sido o segundo fracasso deste ano. Vários motores falharam durante o voo, o que motivou a perda do controle de atitude e o consequente rompimento da nave.
Em Janeiro, outro lançamento da Starship tinha também explodido pouco depois da descolagem.
A FAA liderar as investigações a estes incidentes, para determinar as causas das explosões e implementar acções correctivas. Este processo é essencial para garantir a segurança pública e evitar falhas semelhantes em futuros lançamentos.
Musk quer construir “colónia auto-sustentável” em Marte
Musk tem usado a sua redes social, o X, antigo Twitter, para criticar a NASA, considerando que a agência tem sido “ineficiente” e que não tem apresentado “resultados”.
Em Janeiro passado, o magnata publicou no X que “a Lua é uma distração”. “Vamos directamente para Marte”, apontou, salientando o objetivo de “construir uma colónia auto-sustentável em Marte“.
No, we’re going straight to Mars. The Moon is a distraction.
Mass to orbit is the key metric, thereafter mass to Mars surface. The former needs to be in the megaton to orbit per year range to build a self-sustaining colony on Mars.
— Elon Musk (@elonmusk) January 3, 2025
Um mês depois, Musk publicou no X que era “tempo de começar os preparativos” para o desmantelamento da Estação Espacial Internacional, considerando que já “cumpriu o seu propósito” e que tem “muito pouca utilidade incremental”.
Durante a tomada de posse, Trump também apontou a Marte, notando que a sua administração “lançaria astronautas americanos para plantar a bandeira dos Estados Unidos” no Planeta Vermelho.
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