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Muro de Berlim caiu há 35 anos. O que mudou na… gastronomia

Kulturprojekte Berlin / Harpa Zimmermann

Checkpoint Charlie, simulação para o 35.º aniversário da queda do Muro de Berlim

Está desactualizada a ideia de que na capital alemã só se ingere comida fria. É um especialista alemão em gastronomia que nos explica as mudanças.

Se pensa em comida da Alemanha, provavelmente pensa logo em comida fria, talvez desagradável para um português comum. Ou, no mínimo, estranha.

Era assim até há alguns anos. Mas deixou de ser assim.

Numa altura em que se assinalam os 35 anos da queda do Muro de Berlim – que foi derrubado no dia 9 de Novembro de 1989 – falámos (e comemos) com Christian Tänzler, porta-voz do Turismo de Berlim para a imprensa.

Christian é também especialista em gastronomia. Aliado ao desenvolvimento da capital da alemã a nível de planeamento, de infra-estruturas, ao longo das últimas décadas, também a gastronomia se transformou. Mas com outra influência.

“Há um desenvolvimento de uma nova cozinha de Berlim. É uma mistura de diversas nações” na capital da Alemanha, comentou em conversa com o ZAP.

Berlim é um “espaço aberto” para todos. E, por isso, “muitos chefs jovens de todo o mundo, sobretudo provenientes de Espanha, sentiram que podiam arriscar abrir um negócio ou envolver-se num negócio na Alemanha”.

Mesmo se falhasses, não terias uma grande dívida para pagar até ao fim dos teus dias. Berlim é – ou era – uma cidade bastante barata”, continua.

A notícia espalhou-se: “Um tentou, avisou os outros… O rumor espalhou-se, criou-se uma comunidade. É como uma bola de neve”.

“Porque sentiram que em Berlim havia essa possibilidade de tentar, de viver os sonhos. Também é essa a atmosfera da cidade: Berlim é a cidade de liberdade, dos sonhos. Há lugar para todos“, assegurou o responsável.

Hoje em dia, ao passear pela cidade, encontramos por exemplo “barbecues, lugares diversos”, como o resultado da presença de pelo menos um chef de 189 países.

A gastronomia alemã mudou muito ao longo dos últimos 50 anos, confirma o German Mind, que repete a ideia: imigrantes trouxeram os seus pratos para os restaurantes alemãs. Na Alemanha encontramos facilmente pizza, pasta, kebabs e sushi.

A variedade também chega ao pão, ao queijo, às salsichas, aos produtos lácteos. E aos bolos, às tortas ou outros doces. O tempero é sobretudo com sal e cebola, além de ervas como salsa e cebolinho.

Os snacks estarão a desaparecer. Estáa acabar o hábito de consumir comidas frias, que já começou há 100 anos.

E era um hábito que surgiu muito por opção dos trabalhadores, na verdade, que à noite já não queriam nova refeição quente na cantina do trabalho. Além disso, com cada vez mais mulheres a trabalhar fora de casa, era mais prático preparar uma refeição rápida – e fria – para comer à noite.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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