Uma análise do Financial Times comprova que os impostos sobre as empresas diminuíram 9% nos últimos dez anos.
A análise do Financial Times revela que as grandes multinacionais estão a pagar menos impostos que aqueles que pagavam antes da crise. A pressão dos Governos para reduzirem défices fez baixar os impostos, que caíram 9% nos últimos dez anos, mas há também estratégias fiscais que ajudam estas grandes companhias.
Uma das razões da queda na fatura fiscal das empresas passa pelos cortes nos impostos, com os países a quererem ser cada vez mais competitivos no que toca à atração de investimento. Mas os números analisados pelo jornal mostram que as empresas estão a ficar para trás nos pagamentos de impostos sobre lucros obtidos.
Segundo o Eco, os números mais altos pertencem às empresas tecnológicas, cujos impostos cobrados caíram 13%, a par com as empresas do setor da indústria. Já no setor da saúde, dos bens de consumo e dos materiais, os impostos mantiveram-se inalterados.
Por exemplo, dos cerca de 40% de taxas que a Amazon tinha de pagar em 2017, a empresa terá pago menos de 5%. Já a General Electric, que também deveria ter pago mais de 40%, pagou perto de 10. O Facebook, por sua vez, pagou 5% dos quase 30% de impostos que tinha a pagar.
“Têm sido tomadas muitas medidas que são visíveis, mas a realidade é bem diferente”, afirmou Mihir Desai, professor de Finanças de Harvard, citada pelo Eco, em relação ao esforço para fazer com que as empresas paguem impostos.
“Os cortes de impostos e os descontos por propriedade intelectual têm sido as forças dominantes dos impostos sobre as empresas e isso reflete-se na dinâmica de concorrência. Chamem-lhe uma grande ironia ou hipocrisia, mas é uma das duas”, disse.
As últimas medidas reformistas propostas pela administração norte-americana foram também analisadas pelo Financial Times. Essas medidas cortam o imposto sobre as empresas de 35% para 21% e deixa cair a taxa de repatriação de lucros: medida que traz mais benefícios para as empresas do que para a economia.
Estas medidas vão trazem 400 mil milhões de dólares para os cofres dos Estados Unidos, mas irão aplicar uma poupança de 500 mil milhões de dólares para as empresas.