As autoridades da cidade costeira de Bournemouth, no sul de Inglaterra, declararam uma situação de emergência devido ao comportamento de milhares de pessoas nas praias locais.
A líder da união municipal de Bournemouth, Christchurch e Poole, Vikki Slade, disse estar “absolutamente horrorizada” com as cenas observadas nas praias, principalmente em Bournemouth e Sandbanks nos últimos dois dias, onde afluíram milhares de pessoas para aproveitar a onda de calor.
O Reino Unido registou, esta semana, vários dias de sol e temperaturas elevadas, tendo esta quinta-feira sido o dia mais quente do ano, segundo o instituto de meteorologia Met Office, ao registar 33,3 graus centígrados em Londres.
“O comportamento irresponsável e as ações de tantas pessoas são simplesmente chocantes e os nossos serviços são esticados ao máximo a tentar manter todos em segurança. Não tivemos outra escolha a não ser declarar um incidente grave e iniciar uma resposta de emergência”, justificou, num comunicado.
A declaração de um “incidente grave” dá poderes adicionais às autoridades locais e serviços de emergência para resolver os problemas como o estacionamento ilegal, excesso de lixo, comportamento anti-social, engarrafamentos nas estradas e acampamento ilícito.
Slade disse que os serviços estavam “completamente sobrecarregados” e que teve de mobilizar patrulhas policiais adicionais para proteger a recolha de lixo que terão enfrentado “abuso e intimidação generalizados”.
Foram passadas um recorde de 558 multas de estacionamento e recolhidas 41 toneladas de lixo nos últimos dois dias. O comandante adjunto da polícia de Dorset, Sam de Reya, urgiu as pessoas a evitarem a região.
“Claramente ainda estamos numa crise de saúde pública e um volume tão significativo de pessoas a dirigir-se para uma área coloca uma pressão adicional nos recursos dos serviços de emergência”, enfatizou.
Na terça-feira, o primeiro-ministro, Boris Johnson, anunciou o levantamento de várias restrições a partir de 4 de julho, autorizando a reabertura de bares e restaurantes e a redução da regra de distanciamento social de dois metros para um metro ou mais, uma medida destinada a facilitar o funcionamento de certos negócios.
O anúncio recebeu algumas críticas porque o Reino Unido continua a registar centenas de novas infeções e mortes diariamente, tendo o cientista Stephen Reicher alertado, num artigo publicado pelo jornal The Guardian, que as novas regras poderão levar a maiores comportamentos de risco.
De acordo com os dados desta quinta-feira do ministério da Saúde britânico, foram registadas 149 mortes e 1118 novas infeções.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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