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Mulheres rohingya são traficadas para a Malásia e forçadas a casar

Dezenas de mulheres e jovens chegam regularmente à Malásia para casarem, muitas vezes contra a sua vontade, com homens rohingya.

A denúncia é feita por grupos de defesa dos direitos humanos e por ativistas daquele grupo étnico, maioritariamente muçulmano, que desde 2017 foge de Myanmar (antiga Birmânia).

Segundo uma reportagem publicada pela Al Jazeera, os casamentos e as viagens são frequentemente organizados por homens rohingya que foram contrabandeados para a Malásia. Sem documentação, não podem voltar para Myanmar ou para os campos de refugiados no Bangladesh.

Por isso, fazem propostas de casamento, através de amigos e familiares, sem que as noivas deem um consentimento explícito. Muitas limitam-se a seguir os conselhos da família. Várias refugiadas no Bangladesh relatam longas viagens feitas por familiares e futuros sogros por estrada, que podem demorar meses e atravessar o norte de Myanmar.

Algumas das mulheres traficadas fazem parte das famílias que permaneceram na antiga Birmânia. A partir daí, entram no Bangladesh, onde os traficantes operam, para voltarem a Myanmar num outro ponto, uma zona menos militarizada do que o estado de Rakhine, onde se concentra a maioria dos rohingya.

A organização não-governamental Fortify Rights instou recentemente as autoridades malaias a combaterem o casamento infantil, na sequência de mais de uma dezena de entrevistas realizadas a crianças noivas ou aos seus familiares no Bangladesh e na Malásia.

Até 2015, uma rede de traficantes de seres humanos transportava rohingya para as selvas do sul da Tailândia. Em troca do pagamento de resgates, as pessoas eram libertadas e contrabandeadas para a Malásia. Essa rede tem estado inativa desde que as autoridades tailandesas descobriram 139 valas comuns ao longo da fronteira com a Malásia.

A partir do êxodo dos rohingya para o Bangladesh, em resultado da repressão do Exército, as tentativas de traficar pessoas por barco têm sido evitadas pela Guarda Costeira bengali. No entanto, no último ano registou-se um acréscimo, sobretudo através das longas rotas terrestres do Bangladesh.

ZAP //

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