O vaso foi comprado precisamente por ser semelhante a um artefacto Maia. Cinco anos depois, Anna Lee Dozier ficou surpreendida ao saber que se tratava, de facto, de um objeto da civilização Maia.
Um achado aparentemente vulgar numa loja de artigos usados acabou por se tornar num extraordinário pedaço de história. Há cinco anos, Anna Lee Dozier comprou um vaso numa loja de artigos usados em Clinton, Maryland, por apenas 3,99 dólares, acreditando que se tratava de uma peça moderna inspirada na antiga cerâmica Maia. Mais tarde, descobriu que o vaso era, de facto, um artefacto autêntico criado pela civilização Maia entre 200 e 800 d.C.
Dozier, uma defensora dos direitos humanos que trabalhou com comunidades indígenas no México, foi atraída para o vaso devido à sua semelhança estilística com artefactos mexicanos. “Pude ver que tinha algum tipo de ligação com o México, em termos de aparência”, disse à estação NPR KVCR. Acreditando que o vaso não tinha mais de 30 anos, colocou-o numa prateleira na sua casa em Washington, D.C.
O vaso permaneceu lá durante cinco anos até que uma visita ao Museu Nacional de Antropologia na Cidade do México, em janeiro, levou Dozier a reconsiderar a sua idade. Ao aperceber-se da semelhança entre o seu vaso e os antigos vasos maias em exposição, pediu conselhos aos funcionários do museu. Sugeriram-lhe que contactasse a Embaixada do México nos EUA para obter uma autenticação.
Quando regressou aos EUA, Dozier enviou fotografias e as dimensões do vaso aos funcionários da embaixada, que confirmaram a sua autenticidade. “Recebi um e-mail que dizia: ‘Parabéns, é verdadeiro e gostaríamos de o ter de volta‘”, recorda Dozier.
Após a confirmação, Dozier devolveu o vaso ao governo mexicano. A repatriação do artefacto foi celebrada numa cerimónia em 17 de junho no Instituto Cultural do México em Washington, D.C. O Embaixador do México nos EUA, Esteban Moctezuma Barragá, esteve presente no evento, escreve o All That’s Interesting.
Dozier expressou alívio e satisfação após a devolução do vaso. “Estou muito contente por ter participado na história do seu repatriamento. Gostaria que ele voltasse ao seu lugar de direito e ao lugar a que pertence”, disse à estação CBS WUSA. Também admitiu um sentimento de alívio, dado que a sua casa com três filhos pequenos representava um risco para a segurança do artefacto antigo. “Estava aterrorizada com a possibilidade de, após 2000 anos, ser eu a destruí-lo!”
O Embaixador Barragá elogiou a decisão de Dozier, afirmando: “Quando se tem raízes fortes, conhece-se e honra-se essas raízes. Ela reconheceu que todo um país, toda uma cultura se preocupa com isso, e estamos-lhe profundamente gratos”.