O Ministério Público deduziu acusação, esta terça-feira, contra 25 arguidos, 18 pessoas singulares e sete pessoas coletivas, no âmbito do processo sobre a queda do Universo Espírito Santo.
“O Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal deduziu acusação contra 25 arguidos, 18 pessoas singulares e 7 pessoas coletivas, nacionais e estrangeiras, no âmbito do processo principal do designado ‘Universo Espírito Santo'”, pode ler-se no comunicado tornado público, na noite desta terça-feira, pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Foi deduzida acusação pelo crime de associação criminosa (relativamente a 12 pessoas singulares e cinco pessoas coletivas) e pelos crimes de corrupção ativa e passiva no setor privado, de falsificação de documentos, de infidelidade, de manipulação de mercado, de branqueamento e de burla qualificada contra direitos patrimoniais de pessoas singulares e coletivas”, acrescenta.
“A investigação levada a cabo e que termina com o despacho de acusação em referência apurou um valor superior a onze mil e oitocentos milhões de euros, em consequência dos factos indiciados, valor que integra o produto de crimes e prejuízos com eles relacionados”, refere a mesma nota.
A PGR refere também que o processo principal BES/GES “agrega 242 inquéritos que foram sendo apensados, abrangendo queixas deduzidas por mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro”. Foram acionadas medidas de garantia patrimonial por via de arrestos e apreensões.
Segundo a SIC Notícias, o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, é um dos arguidos, assim como outros membros da família Espírito Santo. Foram ainda acusados Amílcar Morais Pires, ex-braço direito do antigo banqueiro; Isabel Almeida, antiga administradora financeira do banco e Francisco Machado da Cruz, antigo contabilista do GES.
A defesa do ex-banqueiro já reagiu, dizendo que esta é uma “acusação pré-anunciada desde o dia 3 de agosto de 2014, data em que o Governador cessante do Banco de Portugal anunciou a morte do BES (depois deste banco ter sido afundado em provisões ilegais) e proferiu a ‘sua sentença’ para justificar o desastre da resolução, que agora, está a condicionar a Justiça”, cita o canal televisivo.
No fim-de-semana, o jornal Público já tinha avançado que o Ministério Público se estava a preparar para acusar Salgado de liderar uma associação criminosa enquanto esteve à frente do Grupo Espírito Santo.