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Movimento de polícias contra a intervenção nos bairros problemáticos. 5 mil já aderiram

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Tiago Petinga / Lusa

O “Movimento Zero” está a instigar os polícias a recusarem fazer intervenções rotineiras nos bairros problemáticos. A iniciativa conta já com a adesão de cinco mil agentes.

“Zero Detenções” e “Zero Autuações”. Eis o mote do “Movimento Zero” que começou na esquadra de Odivelas quando oito agentes da esquadra de Alfragide, na Amadora, foram condenados por agressões a jovens negros do bairro Cova da Moura.

Actualmente, o movimento já conta com a adesão de cinco mil polícias, conforme apurou o Correio da Manhã (CM) que avança que o objectivo é levar os agentes a intervirem nos bairros problemáticos apenas “em situações de extrema gravidade”.

O movimento disseminou-se pela aplicação de mensagens Telegram, mas os seus dinamizadores também chegaram a enviar uma carta ao Presidente da República a manifestar o descontentamento dos polícias, realçando que os agentes se encontram “desmotivados” e que acreditam que a sua “integridade institucional está cada vez mais desacreditada”.

Nessa carta, avisavam também Marcelo Rebelo de Sousa de que como primeira medida de protesto desempenhariam as suas funções “com proactividade nula“, isto é, fazendo apenas o que for absolutamente indispensável, evitando o patrulhamento das zonas problemáticas.

A revolta dos agentes que estão por detrás do movimento terá sido fomentada pelas declarações do ex-vice-presidente da Associação Sindical dos Profissionais da PSP, Manuel Morais, que assumiu que há racismo nas forças policiais numa reportagem da SIC. Palavras que motivaram a sua demissão e que geraram ameaças de morte de elementos ligados ao PNR e ao Basta de André Ventura, como referiu Manuel Morais.

O movimento não tem qualquer ligação sindical, conforme frisa o CM, mas o presidente do Sindicato Independente de Agentes da Polícia, Carlos Torres, realça que a entidade apoia a iniciativa, considerando que os polícias não tem “quem [os] defenda”.

Fonte da Direcção Nacional da PSP refere que desconhece o movimento, garantindo que “não deixará nunca de defender os interesses dos efectivos” e de “lutar para que estes tenham as melhores condições de trabalho”.

ZAP //

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7 Comments

  1. No dia que a tragédia atingir os filhos dos nossos governantes. Talvez o povo tenha sorte das coisas mudarem para melhor. Até lá, quem manda é o crime, principalmente o crime de colarinho branco que faz estas leis desde Abril de 1974.

  2. Coitadinhos dos policias, não têm quem os defenda!
    Quando usam e abusam da autoridade quem defende os abusados?
    Todos sabemos que há situações e situações e que no caso “Cova da moura” os policias foram correctamente punidos.
    No entanto no caso do bairro da Jamaica a historia muda de figura e foram os próprios moradores que passaram das marcas e os policias não tiveram outra alternativa senão usar da força!
    Lá está, há casos e casos, mas por favor não se ridicularizem senhores policias, na maior parte das vezes não são as vitimas!

    • Ana, concordo consigo, mas tenho de ver o lado da policia. No caso do bairro da Jamaica eles fizeram bem menos do que deveriam mas ainda assim foram julgados e culpabilizados pela opinião publica.
      Até o presidente lá foi fazer selfies, e muitos, demasiados, famosos fizeram campanha contra a policia.

      Assim que concordo consigo, para mim isto era com mão muito mais pesada, mas como vivemos em sociedade, a maioria decide e eu respeito

    • Sra Ana Isabel no caso da Cova da Moura a senhora estava lá para ver tem tantas certezas por acaso já esteve nalgum desses Bairros? Não fale do que não sabe e peça muito para nunca se vir a confrontar com tais vítimas.

  3. Não me parece que a solução da polícia seja a melhor. Assim estão os bons e os maus contra eles em vez de só os maus. Os contribuintes não lhes pagam para fechar os olhos aos bairros problemáticos. Podem protestar com greve às multas e não ao combate do crime.

  4. É bem…
    Quando os bandidos começarem aos tiros e à facada nesse bairros, que vá láo Marcelo, o tal polícia que diz que há racismo na PSP e que leve com ele o lixo do SOS Racismo e mais algum daqueles juízes que gostam ajudar os coitadinhos dos bandidos e que resolvam o problema!!

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