A proposta de aquisição da praça de touros de Viana do Castelo, encerrada desde 2009, ano em que o município se declarou antitouradas, vai ser apresentada sexta-feira à Assembleia Municipal por um movimento de aficionados.
“Elementos do movimento vão marcar presença na reunião de sexta-feira da Assembleia Municipal para apresentar a proposta de compra da praça”, afirmou à Lusa José Carlos Durães, o porta-voz do movimento pró-touradas Vianenses pela Liberdade.
A sessão ordinária decorre sexta-feira a partir das 21h no Castelo Santiago da Barra.
A intenção de compra da praça de touros, construída em 1948, por cerca de 100 mil euros foi anunciada pelo grupo de aficionados no início deste mês, após a realização da terceira corrida de touros que ocorreu na cidade e registou fraca adesão.
“Queremos que a praça seja devolvida à cidade de Viana, pelo que comunicamos que temos neste momento em mãos uma proposta de um consórcio luso-francês que pretende investir 100 mil euros na compra e recuperação da nossa praça, para a transformar num espaço multiusos, criando emprego, riqueza e dinamismo na nossa cidade”, lê-se no comunicado enviado na altura à imprensa pelo grupo de aficionados.
Na ocasião, questionado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal escusou-se a comentar o assunto.
O movimento Vianenses pela Liberdade foi criado em 2009, depois de a câmara ter aprovado, por proposta da maioria socialista, uma declaração afirmando Viana como “anti-touradas”, prevendo não autorizar qualquer evento deste género em terrenos públicos ou privados desde que tal dependesse de decisão do município.
A praça foi comprada em 2009 pela Câmara Municipal pelo valor simbólico de 5.127 euros e previa a instalação no espaço, a demolir parcialmente, de um Centro Ciência Viva.
Desde então vários cenários foram equacionados para o espaço, que permanece encerrado e em avançado estado de degradação.
Para o movimento pró-touradas este “abandono”, representa uma “manifestação de desrespeito pelo património e história desta cidade” e questionam: “Será que José Maria Costa [presidente da Câmara] recusará esta proposta vantajosa para os cofres do município e para a cidade? Serão os ódios pessoais mais importantes do que o interesse público de Viana?”.
Composta por 4.900 lugares e 18 camarotes, teve uma intensa atividade inicial mas, nos últimos anos, ficou reduzida a apenas um espetáculo anual, por altura da Romaria da Senhora d’Agonia, o que aconteceu pela última vez em agosto de 2008.
Em 2009, o então presidente da Câmara de Viana do Castelo Defensor Moura comprou o imóvel a um grupo privado para o transformar em Centro Ciência Viva.
Contudo, esta ideia seria abandonada meses mais tarde, já com o também socialista José Maria Costa na liderança da autarquia.
Em 2010 Costa admitiu a possibilidade de instalar no espaço o futuro Centro de Mar, mas, “após estudos aprofundados”, a hipótese também não vingou.
Em 2012 o município chegou a anunciar que o edifício poderia ser convertido, através de um investimento privado, num espaço de restauração e atividades náuticas.
O projeto também não avançou e o impasse mantém-se apesar da autarquia admitir que “todos os cenários” estão “em aberto” sobre a futura utilização do espaço.
/Lusa
Arranjem depressa uma solução para esta praça, mas que não passe pela tortura dos animais. Quanto aos aperaltados que querem comprar a praça para viverem à custa do sofrimento dos touros, só posso dizer: VÃO TRABALHAR MALANDROS!