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Mouraria pode ter primeira sala de consumo de drogas do país

iJuliAn / Flickr

Bairro da Mouraria, em Lisboa

Bairro da Mouraria, em Lisboa

O presidente da câmara de Lisboa recebeu esta semana um relatório que aponta o bairro da Mouraria como o local indicado para receber uma sala de consumo assistido de estupefacientes, também conhecida como sala de chuto, de acordo com uma fonte da autarquia.

Frisando que a decisão “não está tomada”, o coordenador do Gabinete de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária (GABIP) da Mouraria, João Meneses, disse esta quarta-feira que o relatório “técnico aponta nesse sentido”.

A decisão é de caráter político. Cabe ao presidente da Câmara de Lisboa e à Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo”, afirmou à agência Lusa. Segundo o coordenador do GABIP, o relatório só foi entregue na terça-feira ao autarca e à ARS, pelo que ainda não foi analisado.

João Meneses adiantou que o grupo de trabalho que elaborou o relatório analisou o território da Mouraria e teve em conta o consumo de drogas a céu aberto, que constitui um problema de saúde pública e bem-estar daquele bairro. “Inviabiliza o desenvolvimento desejado. Afasta moradores, turistas e investidores e traz criminalidade e prostituição”, afirmou.

O responsável sublinhou que o objetivo é instalar na Mouraria uma sala “inovadora”, que será não só direcionada para o consumo assistido de estupefacientes, como terá também disponível tratamentos, formação e qualificação profissional.

Em abril de 2012, foi aprovado na Câmara de Lisboa o Plano de Desenvolvimento Comunitário da Mouraria (PDCM), sem espaço de consumo assistido de drogas.

Depois de ter gerado polémica por ter previsto a criação de uma casa para a prática de sexo seguro e de uma sala de consumo assistido, o PDCM acabou por perder estas vertentes na proposta que foi apresentada e votada na Câmara de Lisboa.

Ouvida pela TSF, Filipa Bolotinha, da Associação Renovar a Mouraria, afirma que estão reunidas as condições para a iniciativa ser “bem aceite”, admitindo que há dois anos, quando se falou pela primeira vez da sala de consumo, “talvez fosse cedo”.

Na Mouraria existe já um espaço de intervenção do Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), um edifício que foi cedido pela Câmara para apoio (de alimentação, higiene, saúde e capacitação para o emprego) a toxicodependentes e portadores daquele vírus.

/Lusa

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