O homicídio do jornalista britânico Dom Philips, na Amazónia, tratou-se de um “dano colateral” num ataque destinado ao ativista indígena Bruno Araújo Pereira, afirmou o vice-Presidente do Brasil, Hamilton Mourão.
Embora a Polícia Federal não sustente essa tese, Mourão acredita que o crime pode ter sido encomendado. “Vai aparecer, se há um mandante. Se há um mandante, é comerciante da área que estava a sentir-se prejudicado pela ação, principalmente do Bruno, não do Dom”, afirmou o governante na segunda-feira, no Palácio do Planalto.
Os corpos do ativista e do jornalista foram encontrados uma semana depois de ter sido dado a conhecer o desaparecimento, a 05 de junho, na região do Vale do Javari, uma das maiores terras indígenas do Brasil, localizada no extremo oeste do estado do Amazonas. Na sexta-feira passada, foi confirmada a identidade dos restos mortais.
“É uma região pobre. Atalaia do Norte é um município de 20 mil habitantes, com carências inúmeras. As pessoas vivem de um pequeno comércio, do Fundo de Participação do Município (FPM). Essas pessoas aí que assassinaram cobardemente os dois são ribeirinhas, gente que vive no limite de ter acesso a melhores condições de vida, vive de pesca”, referiu o vice-Presidente, citado pelo Expresso.
As mortes, continuou, “terão sido “quase que uma emboscada”, podendo ter acontecido após um episódio de “embriaguez”. “Na minha avaliação, deve ter ocorrido no domingo. Domingo, sábado, essa turma bebe, se embriaga. Mesma coisa que acontece aqui na periferia das grandes cidades”, acrescentou.