Morte de Sarah Everard. Polícia declara-se culpado e enfrenta prisão perpétua

Joshua Bratt / EPA

Vigília por Sarah Everard

Wayne Couzens já tinha confessado ter raptado, violado e matado Sarah Everard. O caso suscitou uma onda de vigílias e protestos em defesa da segurança das mulheres no Reino Unido.

Um agente do corpo de elite da Metropolitan Police de Londres confessou ter violado e assassinado Sarah Everard. A mulher de 33 anos caminhava para casa no sul de Londres quando Wayne Couzens a terá raptado.

O polícia já tinha confessado o crime numa audição anterior e repetiu-a hoje durante uma videoconferência perante o tribunal penal de Old Bailey. O homem de 48 anos, que ficou em prisão preventiva e pode apanhar prisão perpétua. A sentença vai ser conhecida a 29 de Setembro.

Sarah Everard desapareceu a 3 de Março, tendo o seu corpo sido encontrado uma semana depois numa floresta perto da casa de Couzens, dentro de um saco que o polícia tinha comprado dias antes. Sarah foi identificada através dos registos dentários.

O polícia terá levado a mulher num carro que alugou dias antes e prendido a vítima com fita adesiva. As imagens de videovigilância de um autocarro tornaram possível identificar o carro e encontrar Couzens.

Wayne Couzens era um agente do corpo de elite da Metropolitan Police de Londres que oferecia protecção diplomática e parlamentar. O caso gerou uma onda de indignação e debate no Reino Unido sobre a segurança das mulheres, especialmente tendo em conta que o acusado era um agente da polícia.

Agente foi acusado de atentado ao pudor em 2015

O mesmo agente já tinha sido acusado por uma mulher de atentado ao pudor em 2015, escreve o The Guardian. O caso terá alegadamente ocorrido enquanto Couzens era um agente na força civil nuclear no Kent, que nunca reportou nenhum problema com a sua conduta.

Na altura, foi feita uma queixa à polícia do Kent, que vai agora ser investigada por poder ter ignorado o caso. “Vamos lançar uma investigação às alegadas falhas da polícia do Kent de investigar um incidente de importunação sexual ligada ao PC Couzens em 2015”, afirma o Independent Office for Police Conduct (IOPC), que reforça que nenhuma acusação foi feita a nenhum dos agentes.

Couzens foi transferido para a polícia metropolitana em 2018. O IOPC afirma ainda que vai averiguar alegações de que a Metropolitan Police também não investigou outras queixas sobre o assassino de Sarah Everard dias antes do crime.

“Há outras investigações separadas sobre as falhas da MPS de investigar duas alegações de importunação sexual ligadas a PC Couzens em Londres em Fevereiro de 2021. Dois agentes estão a ser investigados por possíveis violações dos critérios profissionais ao nível da má conduta”, conclui o órgão independente.

Adriana Peixoto, ZAP //

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