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Morreu Ruben de Carvalho, histórico do Partido Comunista

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Ruben de Carvalho

O jornalista de 74 anos, histórico dirigente do Partido Comunista e organizador da “Festa do Avante!” desde o seu início, morreu na madrugada desta terça-feira, em Lisboa.

De acordo com o Jornal de Notícias, Ruben de Carvalho morreu na madrugada desta terça-feira, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, aos 74 anos de idade.

O jornalista foi chefe de redação da revista “Vida Mundial”, redator coordenador do jornal “O Século” e chefe de redação do semanário “Avante!”, a partir da primeira edição do jornal, em abril de 1974, e até junho de 1995, recorda a TSF.

O histórico dirigente do PCP também assumiu funções de diretor da rádio local “Telefonia de Lisboa” e integrou o executivo da comissão organizadora da “Festa do Avante!” desde o seu início, em 1976.

Tal como recorda a TSF, Ruben de Carvalho foi membro das “comissões juvenis de apoio” à candidatura do General Humberto Delgado e esteve preso durante o Estado Novo. Depois da “Revolução dos Cravos”, foi chefe de gabinete do Ministro Sem Pasta, Francisco Pereira de Moura, no I Governo Provisório e deputado da Assembleia da República.

O histórico comunista foi ainda vereador da Câmara Municipal de Lisboa, tendo sido responsável pelo Roteiro do Antifascismo, e membro do Comité Central do PCP.

Numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, salientou que Ruben de Carvalho, “com um grande significado, era um homem de combate e de confronto de ideias”.

Na opinião do líder comunista, mesmo aqueles que tinham “divergências profundas, sempre tiveram grande respeito pela intervenção do Ruben neste diálogo com quem discordava, mas simultaneamente respeitava”.

“Ruben de Carvalho abraçou, durante toda a sua vida, a luta pelo projeto do partido que o animava, que o acompanhou durante toda a sua vida, e é neste quadro que podemos dizer que era um homem de projeto, um homem que lutou pela liberdade, pela democracia, que tinha o seu projeto de luta pelo fim da exploração do homem pelo homem, na luta pelo socialismo e pelo comunismo”, destacou.

O secretário-geral comunista aproveitou também para, de forma pública, apresentar “profundas condolências” em nome do Secretariado do Comité Central do PCP, “à sua companheira de sempre”.

Reações do Presidente e do primeiro-ministro

“Jornalista e homem de cultura, defensor da liberdade desde jovem, deputado à Assembleia da República, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Ruben de Carvalho deixa um rasto de saudade em todos quantos tiveram o privilégio de partilhar a sua afabilidade de trato e reconhecer o seu empenhamento profundo na defesa das causas em que acreditava”, afirma o chefe de Estado.

Numa nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa apresenta “respeitosas condolências” à família de Ruben de Carvalho e ao PCP.

Por sua vez, o primeiro-ministro escreveu no Twitter: “Ruben de Carvalho adorava a vida e se teve tempo de uma última despedida, deve ter dito para si ‘foi bonita a Festa, pá!’. Já transmiti os meus sentimentos à sua família e ao secretário-geral do PCP”.

António Costa caracterizou depois Ruben de Carvalho como um “homem de cultura e inteligência política invulgares, sentido de humor e extraordinária exigência de caráter”.

“Seduzia adversários, com a capacidade de construir e honrar os compromissos que Lisboa exigia. Ruben de Carvalho era, antes do mais, um amigo, numa amizade que construímos nos seis anos de intenso convívio na Câmara Municipal de Lisboa”, refere.

António Costa deixa ainda uma nota de lamento: “As vicissitudes da política nunca nos permitiram trabalhar tão estreitamente quanto eu teria – teríamos – gostado e seguramente a cidade muito teria beneficiado”, acrescenta.

ZAP //

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