Hugo Delgado / Lusa

Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna
Morreu o ex-ministro da Administração Interna social-democrata Miguel Macedo, vítima de ataque cardíaco, esta quinta-feira. O antigo governante e secretário-geral do PSD tinha 65 anos.
O advogado e antigo ministro Miguel Macedo morreu esta quinta-feira, aos 65 anos, vítima de um ataque cardíaco.
Miguel Macedo desempenhou vários cargos políticos, entre os quais de deputado, líder parlamentar e ministro da Administração Interna do Governo de Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2014.
Atualmente era comentador da CNN/Portugal e da TSF, no programa “O Princípio da Incerteza”, com José Pacheco Pereira e Alexandra Leitão e moderado por Carlos Andrade.
Nascido em Braga a 6 de maio de 1959, Miguel Macedo era licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e exercia atualmente a advocacia.
Foi secretário-geral do PSD entre 2005 e 2007, quando o partido era liderado por Luís Marques Mendes, e líder do grupo parlamentar do PSD durante a presidência de Passos Coelho.
Miguel Macedo foi secretário de Estado da Juventude do primeiro governo de maioria absoluta de Aníbal Cavaco Silva, entre 1990 e 1991, integrando depois o mesmo ministério, tutelado por Couto dos Santos.
Entre 2002 e 2005, Miguel Macedo integrou os governos de coligação PSD/CDS-PP de Durão Barroso (XV) e de Pedro Santana Lopes (XVI), enquanto secretário de Estado da Justiça.
O último cargo político ocupado por Miguel Macedo foi o de ministro da Administração Interna do governo de Passos Coelho, do qual se demitiu em novembro de 2014, considerando que a sua autoridade enquanto governante estava diminuída, na sequência de uma investigação à atribuição de vistos Gold — processo no qual em 2019 viria a ser absolvido de todas as acusações.
“O tribunal deu hoje resposta às canalhices que me fizeram ao longo de quatro anos”, afirmou na altura Miguel Macedo.
O percurso de Miguel Macedo enquanto ministro da Administração Interna fica marcado por expressivas manifestações de polícias, tendo uma delas terminado com a invasão da escadaria da Assembleia da República.
A última presença de Miguel Macedo numa iniciativa político-partidário aconteceu no lançamento da candidatura presidencial de Luís Marques Mendes, no mês passado, em Fafe.
Esta quinta-feira, poucos minutos depois de ter sido noticiada a morte de Miguel Macedo, à entrada para o Conselho de Estado, Marques Mendes disse estar em choque, revelando que o ex-ministro era um dos seus melhores amigos.
“Estou em estado de choque. Tinha falado com Miguel Macedo há dois dias e achei-o lindamente. E, por isso, e este é um momento muito difícil e muito amargo Era um dos meus maiores amigos, desde os 20 anos (…) É uma perda irreparável”, desabafou Marques Mendes.
“Morreu um homem bom”
O PSD manifestou hoje profundo pesar pela morte de Miguel Macedo, recordando “um homem bom”.
“Foi com profundo pesar que o PSD recebeu hoje a notícia da morte de Miguel Macedo. Hoje, deixou-nos um homem bom”, lamentou o PSD, em comunicado.
O PSD considerou que “o país e a família social-democrata ficam mais pobres” e manifestou sentidas condolências à família e amigos.
Também o primeiro-ministro Luís Montenegro lamentou a morte de “um homem bom”, manifestando “profunda consternação” por esta perda.
À entrada para o Conselho de Estado, Luís Montenegro pediu desculpa por “perturbar o normal funcionamento da entrada dos conselheiros de Estado” para fazer, a título completamente excecional, uma declaração sobre a morte de Miguel Macedo.
“Como sabem, durante muitos anos acompanhei-o pessoalmente, politicamente, e vejo-o partir de forma absolutamente inesperada e quero nesta ocasião, em primeiro lugar, endereçar uma palavra de profunda consternação e solidariedade a toda a sua família, à sua mulher, à sua filha, a todos os seus amigos”, disse Montenegro, que foi vice-presidente da bancada do PSD quando Macedo era presidente do grupo parlamentar.
E acrescentou: “É, de facto, com grande tristeza que vemos partir um homem bom, um homem que dedicou muito da sua vida à causa pública, um homem sério, um homem determinado, um amigo, um homem de pensamento, um homem de ação também”, afirmou.
ZAP // Lusa
Daniel Toledo no seu artigo «O Cartel do Fogo – Queimando dinheiro público em Portugal e Espanha» (https://puntocritico.com/ausajpuntocritico/2017/10/19/el-cartel-del-fuego-por-daniel-toledo/) faz referência ao nome do dr. Miguel Macedo.