O Prémio Nobel da Paz e sobrevivente dos campos de concentração nazis Elie Wiesel morreu este sábado, aos 87 anos, nos Estados Unidos, informou o Museu do Holocausto de Jerusalém.
Wiesel era um dos escritores judeus mais conhecidos e um defensor da memória do Holocausto, através da educação.
Segundo o serviço de notícias israelita Ynet, o Prémio Nobel da Paz, de 1986, morreu na sua residência em Nova Iorque, quando estava acompanhado pela família.
Eliezer Wiesel, autor de mais de 30 ensaios e romances, nasceu, a 30 de setembro de 1928, na localidade húngara de Sighet, atual Roménia, mas é cidadão norte-americano desde 1963.
Considerado “um filho do genocídio”, Elie tinha 15 anos quando foi deportado, juntamente com sua família, para o campo de concentração de Auschwitz, na Polónia, onde morreram a mãe e a irmã mais nova. Posteriormente, esteve no campo de Buchenwald, no leste da Alemanha, onde morreu o pai.
Quando terminou a II Guerra Mundial (1939-1945), foi estudar para a Universidade de Paris, tendo chegado a trabalhar como jornalista. A partir de 1976, deu aulas na Universidade de Boston, nos Estados Unidos.
Defensor dos direitos humanos, Wiesel denunciou o racismo e a violência em todo o mundo.
Entre as suas publicações mais conhecidas encontra-se “Trilogia da Noite”, que escreveu a propósito das suas experiências nos campos de concentração, e que inclui “Noite” (1958), “Amanhecer” (1960) e “Dia” (1961).
Amigo do ex-Presidente francês François Mitterrand, escreveu as memórias deste, em 1995, sob o título “Memória a duas vozes”.
Além do Nobel da Paz, Elie Wiesel foi agraciado com a Medalha Presidencial da Liberdade, concedida pelo Presidente dos EUA, com a Medalha de Ouro do Congresso norte-americano e com a Grã-Cruz da Ordem Nacional da Legião de Honra francesa.
Com a sua mulher, Marion Rose, criou a Fundação Elie Wiesel para a Humanidade.
Em maio de 2014, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanhayu, propôs o seu nome para suceder a Shimon Peres como Presidente do Estado de Israel, mas Wiesel não tinha nacionalidade israelita para poder ocupar o cargo.
/Lusa