O inalador custaria 63 euros mas passou a custar mais de 500 euros. Família considera que a seguradora é culpada pela morte.
Cole Schmidtknecht ainda era criança quando foi diagnosticado com asma crónica.
Como acontece em muitos casos, o jovem de Wisconsin, EUA, conseguia controlar a situação graças ao inalador, à “bomba de asma”. Era uma dose diária de inalação de corticosteroide.
Esse inalador custava-lhe cerca de 63 euros, indica a ABC, graças ao seguro que assinou com a United Health Group.
Até que, no final de 2023, essa seguradora terá alterado a lista de medicamentos que iria comparticipar em 2024.
E essa bomba de asma, que Cole utilizava, ficou fora da lista.
Segundo a família, o jovem não foi informado dessa alteração – algo ilegal, segundo as leis de Wisconsin.
Logo no início de 2024, foi à farmácia para comprar o inalador mas, no momento de pagar, soube que passaria a custar um pouco mais de 500 euros.
Entre pagar pelo inalador ou pagar a renda da casa, Cole deu prioridade à renda. Veio embora sem o inalador, avança a Wisconsin Public Radio.
Teve um ataque de asma, ficou asfixiado. Morreu. Tinha apenas 22 anos.
Agora a família de Cole Schmidtknecht apresentou uma queixa contra a seguradora United Health Group.
Considera que a empresa é culpada pela morte do jovem, por causa da alteração não anunciada e por não ter ajudado Cole a encontrar outra medicação; quer que a seguradora seja processada e que pague uma indemnização.
Os pais alegam que o seu filho sofreu danos a diversos níveis, dor, sofrimento físico e mental e humilhação.
A família também acusa a seguradora de obrigar os clientes a escolher medicamentos mais caros quando existe uma alternativa mais barata no mercado.
Um caso que deve levar os portugueses a ganharem consciência do que nos aguarda, após o desmantelamento do SNS, como é intenção (e prática) deste governo.
Lucinda, os portugueses estão cada vez mais americanizados (ou será antes liberalizados?! IL?). Agora acham ótimo ter seguros de saúde e deixar de recorrer ao SNS. O problema é que, quando o perderem de vez – como tanto interessa às seguradoras e aos grupos privados de saúde, a quem a maioria dos políticos obedece – pode ser tarde demais para mudar de opinião. Sobretudo para a classe média, porque a classe alta há de continuar a ter poder económico para pagar do próprio bolso após o dia em que os seguros os descartem por causa da idade (pelo menos as “despesas mais normais”, porque se tiverem “problemas mais caros” talvez já seja preciso serem milionários…).
Quando somos novos e ‘rentáveis’, é tudo muito bonito, não é? Depois é que são elas…