Últimos trunfos da campanha — o “aparelho” de Montenegro e os “esclarecimentos” de Moreira da Silva

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ZAP // Ricardo Castelo, Mário Cruz / Lusa

O trunfo de Montenegro reside no apoio que tem recebido da maioria das distritais e nos grandes comícios. Já Moreira da Silva aposta numa abordagem mais educativa, com sessões de esclarecimento com os militantes.

Com orçamentos semelhantes — a rondar os 48 mil euros —, mas com duas visões e estilos de campanha diferentes para o PSD, está tudo a postos para o frente a frente entre Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva.

Do lado de Montenegro, a aposta é numa campanha mais à base do comício e em jantares e almoços discretos com os autarcas do partido. O ex-líder parlamentar está a sair mais ao ataque contra o Governo do que Moreira da Silva, tendo exigido uma comissão de inquérito parlamentar ao caso dos refugiados em Setúbal e atirado várias farpas a António Costa, que considera um “flop” como primeiro-ministro.

A estrutura da campanha é também mais focada na captura das imagens de salas cheias de militantes a gritar “PSD!” e a agitar as bandeiras laranja, como refere o Público. Por todo o país, Montenegro faz apresentações de candidatura, mas só em localidades mais pequenas é que tem feito sessões de esclarecimento.

Já Moreira da Silva tem uma estratégia diferente. Não conseguindo encher os seus eventos tanto quanto Montenegro, o candidato descreve as suas sessões como “intimistas” e prefere responder às questões dos militantes sobre as suas posições em vez de fazer os típicos comícios.

Para o militante Carlos Cunha, ouvido pelo Público, Moreira da Silva não é o favorito à vitória, mas é a melhor opção. “Ele não vai ganhar, mas vou votar nele. O Jorge é mais construtivo, tem uma estratégia por trás. Os militantes estão ávidos de quem faça barulho. O discurso do Luís é mais atacante contra o Governo“, considera.

A diferença no apoio do aparelho do partido também é clara. Em Lisboa, por exemplo, todos os dirigentes concelhos apoiam Montenegro. O ex-líder parlamentar é também o preferido das maiores distritais do país —Porto, Lisboa (Área Metropolitana), Lisboa (Oeste), Braga e Aveiro —, de acordo com a Renascença.

Moreira da Silva herdou a máquina eleitoral de Rui Rio, mas as figuras mais relevantes da ala rioísta, como Salvador Malheiro, são parcas nos apoios públicos ao ex-Ministro do Ambiente. O candidato prefere passar a mensagem de que tem um projecto para o país para além das meras críticas ao Governo, tendo até já feito um apelo para que esqueça “a conversa do aparelho”.

Apesar de Montenegro parecer ter a vantagem dentro do partido, as últimas eleições foram uma prova de que ter o apoio das estruturas internas não garante o voto de confiança dos militantes. Paulo Rangel era encarado como o favorito das distritais, mas isso não impediu que fosse derrotado por Rui Rio.

As directas no PSD estão marcadas para este sábado, dia 28 de Maio, e vão finalmente pôr fim à especulação sobre quem vai ser o sucessor de Rui Rio à frente do maior partido da oposição.

Adriana Peixoto, ZAP //

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2 Comments

  1. Moreira da Silba é o Rui Rio II. Se ganhasse era mais do mesmo. O Partido precisa de alguém com estratégia e galvanização. Isso só Luís Montenegro pode oferecer.

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