O ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro anunciou que vai deixar o parlamento a 5 de abril, 16 anos depois de ter tomado posse, e prometeu ao partido que poderá no futuro disputar a liderança.
“Conhecem a minha convicção e a minha determinação, se for preciso estar cá, eu cá estarei, para o que der e vier, sem receio de nada e sem estar por conta de ninguém, sou totalmente livre”, afirmou perante o 37.º Congresso do PSD, na intervenção mais aplaudida de hoje.
“Desta vez decidi não, se algum dia entender dizer sim, já sabem que não vou pedir licença a ninguém”, afirmou.
O ex-líder parlamentar do PSD decide assim sair de cena, e assume que, para já, não será “oposição interna” ao líder. No entanto, Montenegro desafiou Rio e não poupou críticas à forma como o ex-autarca geriu o percurso até à liderança do partido.
Ao deixar a atividade parlamentar de lado, o ex-líder parlamentar vai dedicar-se ao comentário político e a passar mais tempo com a família. Aos militantes, o ainda deputado justificou que não avançou com uma candidatura à liderança por um “exercício de liberdade”, avança o Correio da Manhã.
“Não fui eu que estive à espera de disputar a liderança do PSD entre desejos alternantes de ser primeiro-ministro ou Presidente da República”, atirou.
Mas Montegro fez questão de ser ainda mais explícito e não deixar a dúvida no ar: “Acusar de falta de coragem alguém que passou os dez últimos anos, não no sofá ou numa cadeira de resguardo da refrega política, mas a dar o corpo às balas, a defender com unhas e dentes o partido e garantindo a coesão do PSD, é inusitado e injusto“.
Luís Montenegro aproveitou ainda para fazer um pedido ao novo líder. Recuperando as palavras do ex-autarca no dia em que ganhou as diretas, Montenegro desafiou-o a “não deixar que o PSD se transforme no grupo dos amigos do Rui Rio ou na agremiação dos interesses do Rui Rio”.
// Lusa