Mokele-Mbembe, a lenda do “último dinossauro vivo” de África

Tiffany Fox / Midjourney

Recriação ilustrativa da aparência do Mokele-Mbembe.

A lenda de Mokele-Mbembe, um suposto dinossauro vivo que habita a bacia do Congo, cativou a imaginação de várias pessoas durante décadas.

Esta criatura, muitas vezes representada como um herbívoro de pescoço comprido, semelhante a um saurópode, que se desloca através de pântanos e rios, tornou-se um tema central na criptozoologia.

Embora a ideia de um dinossauro sobrevivente seja intrigante, as origens do mito de Mokele-Mbembe estão envoltas em mistério.

Referido como “emeula ntouka” no dialeto Bomitaba, que se traduz por “comedor das palmeiras superiores”, e como “Mokele-Mbembe” em Lingala, que significa “aquele que para o fluxo dos rios”, as descrições e origens desta criatura variam entre as tradições locais.

Alguns sugerem que os avistamentos de animais nativos à distância, como elefantes e hipopótamos, podem ter contribuído para a lenda. Afinal de contas, estes animais têm características que poderiam ser mal interpretadas como correspondendo à descrição do Mokele-Mbembe.

A ascensão de Mokele-Mbembe como o “último dinossauro vivo” de África pode ser atribuída a uma combinação de fatores. O fascínio pelos dinossauros, aliado a observações obscuras e suposições estereotipadas sobre o desenvolvimento de África, contribuiu para o impulso do mito.

A noção da existência de criaturas semelhantes a saurópodes em países africanos pode ter sido alimentada pelas atitudes predominantes dos ocidentais no início do século XX, durante um período conhecido como “dino-mania”.

A IFLScience explica que alguns acreditavam que o desenvolvimento de África tinha permanecido estagnado desde o tempo dos dinossauros, o que poderia explicar a presumível presença de uma criatura como Mokele-Mbembe.

Darren Naish, especialista em criptozoologia, descobriu como esta ideia ganhou força. Publicações como “Beasts and Men” (1909), de Carl Hagenbeck, e “A Living Dinosaur? In Search Of Mokele-Mbembe” (1987) ajudaram a propagar a lenda. Os escritos de Mackal descreviam a criatura como tendo uma cabeça em forma de serpente, uma cauda longa e fina e um corpo semelhante ao de um elefante ou hipopótamo em tamanho, com folhos em forma de galo no pescoço.

Mackal, um bioquímico da Universidade de Chicago, embarcou em expedições criptozoológicas por toda a África em busca de provas da existência de Mokele-Mbembe.

Estas expedições, embora não tenham prejudicado a sua carreira, valeram-lhe o ceticismo dos seus colegas e até inspiraram uma personagem no filme da Disney “Baby: Segredo da Lenda Perdida”.

ZAP //

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