Misterioso anel circular deu à costa no Espaço. Pode ser a primeira supernova intergaláctica

NASA/CXC/SAO

Foi descoberto um misterioso anel circular, perto da nossa galáxia vizinha, que pode ser a primeira supernova intergaláctica — uma estrela que explodiu, com mais de sete mil anos.

Investigadores da Universidade de Western Sidney, juntamente com uma equipa internacional de especialistas, descobriram este misterioso anel circular na galáxia nossa vizinha, de acordo com a Phys Org.

A equipa de investigação chamou-lhe um remanescente “velhaco” da supernova e foi designado J0624-6948. Está muito provavelmente localizado na Grande Nuvem Magellanic (LMC) — uma galáxia satélite da Via Láctea.

O estudo foi publicado na Monthly Notices of Royal the Astronomical Society em fevereiro e, segundo o autor principal e professor Miroslav Filipovic, a descoberta foi bastante emocionante, levantando muitas questões sem resposta.

“Quando originalmente descobrimos este objeto, quase uma círculo perfeito, pensámos que era mais um ORC (odd radio circle), mas depois das nossas observações adicionais, tornou-se claro que é, muito provavelmente, outra coisa”, sublinha o docente.

O anel descoberto tem diferenças significativas em relação aos outros cinco ORC conhecidos — um índice espectral de rádio mais plano, falta de uma galáxia central proeminente como possível hospedeira, e um tamanho maior — todas estas características sugerem que pode ser um tipo diferente de objeto.

“A explicação mais plausível é que o objeto é um remanescente de supernova intergaláctica, que surgiu após uma estrela que residia na periferia da Grande Nuvem de Magalhães explodir, e formar uma supernova do tipo Ia, que envolve a explosão de duas estrelas em órbita uma da outra”, realça Filipovic.

“Contudo, considerámos outros cenários, tais como este objeto poder representar uma amostra da atividade super-flare de uma estrela da Via Láctea próxima (a apenas 190 anos-luz de distância do sol) que aconteceu apenas há alguns séculos, ou mesmo a possibilidade, de ser, de facto, um ORC muito maior”, acrescentu.

“O que descobrimos é, possivelmente, um indício único de supernova que se expandiu para um ambiente rarefeito e intergaláctico — um ambiente no qual não esperávamos encontrar tal objeto. As nossas estimativas apontam para uma idade de cerca de 2,200 a 7,100 anos”, explica Filipovic.

Western Sydney University

J0624-6948 foi detetado pela primeira vez com o Pathfinder da Matriz Quilómetro Quadrada Australiana (ASKAP), gerida pela CSIRO, um de vários radiotelescópios de nova geração que estão a revelar novas características do nosso universo.

“Estes novos radiotelescópios podem captar uma gama de objetos esféricos e, devido aos efeitos combinados de alta sensibilidade, boa amostragem espacial e ampla cobertura de área, estão a melhorar a nossa compreensão do universo“, conclui o docente.

Alice Carqueja, ZAP //

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