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Mistério dos macacos que vivem no aeroporto de Fort Lauderdale resolvido

theactionitems / Flickr

Chlorocebus sabaeus

A Florida Atlantic University, nos Estados Unidos, desvendou recentemente o mistério da comunidade de 36 macacos africanos que vive há sete décadas nas proximidades do Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale-Hollywood, a cerca de 64 quilómetros de Miami.

Como os macacos não são nativos do sul da Flórida, o mistério motivou várias lendas urbanas e adensou-se ao longo dos anos. Até que, recentemente, uma equipa da Florida Atlantic University (FAU) anunciou que havia resolvido o mistério.

Os primatas, que já fazem parte da fauna de um manguezal da cidade de Dania Beach, fugiram de uma quinta que criava chimpanzés – para depois os importar para fins de pesquisa médica -, em 1948.

Deborah Williams, da FAU, explicou que estão em causa animais da espécie Chlorocebus sabaeus, popularmente conhecida como “macaco verde“. Os primatas têm “cauda com pontas douradas e pêlo castanho-esverdeado, falta-lhes uma faixa pronunciada na testa e os machos têm o escroto azul-claro”, detalhou, citada pela Forbes.

Além da análise genética, os cientistas descobriram a origem desta família de macacos através de entrevistas e análises, ao longo de quase uma década, de arquivos históricos e informações dos meios de comunicação social.

Os arquivos históricos sugeriam que os macacos foram capturados na Serra Leoa.

Os cientistas também construíram um banco de dados fotográfico com os 36 espécimes no qual registaram características como a cor do pêlo, a presença ou ausência de uma faixa na testa, a cor da ponta da cauda e a do escroto dos machos adultos.

Os atributos foram comparados qualitativamente com todas as espécies do género Chlorocebus.

“Os dados do nosso estudo estabelecem as bases para investigações futuras que abordem novas questões sobre a situação da população e como se adaptaram os macacos ao ambiente urbano e industrial do sul da Flórida”, disse Kate Detwiler, do departamento de Antropologia da universidade norte-americana.

Os macacos verdes, os mais comuns dos macacos africanos, são generalistas em termos de habitat, o que significa que só são limitados pela disponibilidade de água e árvores.

Esta característica explica como conseguiram viver numa área de floresta muito pouco ideal para primatas, cercada pelo aeroporto, uma estrada, um porto e tanques de armazenamento de petróleo.

Se, porventura, fizer uma visita ao aeroporto de Fort Lauderdale, já não precisa de se questionar: agora sabe como foram ali parar os macacos verdes de cauda longa.

Liliana Malainho, ZAP //

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