Os “fantasmas mesosféricos”, explosões de luz muito semelhantes a relâmpagos, têm sido uma fonte de atração tanto para cientistas como para observadores amadores. Agora, uma equipa de cientistas revelou as causas deste estranho fenómeno elétrico.
Os “fantasmas mesosféricos”, também conhecidos como “sprites”, fazem parte de uma família de eventos luminosos transitórios que ocorrem na estratosfera e na mesosfera.
Captá-los não é nada fácil, dado que o fenómeno é bastante raro. Os sprites formam-se cerca de 50 a 85 quilómetros acima da superfície, onde a atmosfera é 100 mil vezes mais fina do que ao nível do mar.
Para decifrar a sua composição química, uma equipa de investigadores, liderada por Maria Passas Varo, utilizou técnicas de espectroscopia de ponta e concluiu que contradiz teorias anteriores.
O brilho verde não é apenas resultado da presença de oxigénio atómico excitado, como se pensava até agora. Estes fantasmas do céu também contam com a presença de metais, especialmente ferro e níquel, causada pela entrada de poeira interestelar na atmosfera.
Segundo o ZME Science, esta recente descoberta sugere uma interação complexa entre materiais terrestres e extraterrestres, o que faz com que os cientistas se vejam obrigados a rever a sua compreensão acerca da dinâmica química em jogo na atmosfera superior do nosso planeta.
Isso implica, invariavelmente, uma reavaliação dos modelos atmosféricos atuais, até porque, tradicionalmente, estes modelos não têm em conta a presença de espécies metálicas em eventos luminosos transitórios.
Compreender a química da alta atmosfera será crucial para diversas aplicações, desde comunicação por satélite até à previsão do tempo.
O estudo, cujo artigo científico foi publicado na Nature Communications, fornece novas informações mas também levanta algumas questões: que processos exatos levam à incorporação de átomos metálicos em eventos mesosféricos obscuros e qual o papel destas espécies metálicas na química e física geral da alta atmosfera.