Mistério eterno das mamãs perto de ser desvendado

Uma hormona recentemente descoberta em ratos pode resolver o mistério de como os ossos adultos se mantêm fortes durante o “stress da amamentação”. A descoberta pode conduzir a novos tratamentos para a osteoporose.

Durante décadas, não se percebeu ao certo como é que os ossos se mantêm fortes durante a amamentação.

Além disso, a amamentação também reduz os níveis de estrogénio – uma hormona essencial para a saúde do esqueleto.

Apesar da lactação causar quedas temporárias na massa óssea (que se regularizam entre 6 e 12 meses após o fim da amamentação), durante este processo o corpo retira o cálcio dos ossos para produzir leite.

Um novo estudo revelou que a inibição da produção de estrogénios através da ativação de recetores numa área do hipotálamo do cérebro fortalece os ossos de ratinhos fêmeas.

Em busca de respostas, os investigadores criaram ratinhos fêmeas que não tinham recetores de estrogénio, o que lhes dava ossos invulgarmente fortes. Depois, ligaram os seus sistemas circulatórios a outras fêmeas normais (com recetores).

Como descreve a New Scientist, após 17 semanas, os ratinhos normais apresentaram um aumento de 152% no volume ósseo, sugerindo a circulação de uma substância fortalecedora de ossos no sangue, identificada como a hormona cerebral chamada CCN3.

CCN3 aponta para o tratamento da osteoporose

O estudo, publicado recentemente na Nature, revelou ainda que a CCN3 era produzida apenas durante a lactação e que o seu bloqueio reduzia a massa óssea nos ratinhos lactantes.

Noutro teste, quando se aplicou um adesivo com CCN3 em ratos machos com fraturas ósseas, verificou-se um aumento de 240% no volume ósseo após três semanas, em relação aos ratos sem a hormona.

Esta descoberta sugere que a CCN3 pode tratar ou prevenir a osteoporose – uma doença em que os ossos se tornam fracos e quebradiços.

Apesar destes resultados promissores, a equipa de investigação sublinha que ainda não se sabe se estas descobertas se podem aplicar também a humanos.

Para já, os investigadores estão a desenvolver uma análise ao sangue para detetar a CCN3 e verificar se esta aumenta em mulheres que estão a amamentar.

ZAP //

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