Mais de um por dia, só este mês. Viver sem caixote do lixo tornou-se uma realidade para muitos na capital, como a ex-apresentadora Leonor Poeiras, que vive sem caixote há um ano e meio. Câmara não admite atrasos na reposição.
O fenómeno atingiu novas proporções, em vários pontos da capital. Os moradores comentam não pelo enigma, mas sim pelo “ridículo” tempo de espera para a reposição dos equipamentos fundamentais para a manutenção da higiene urbana.
Apesar das queixas registadas, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) assegura que a entrega dos substitutos “normalmente é célere”, mas a realidade parece apontar para um cenário diferente: há moradores a esperarem meses por um novo caixote de lixo.
O portal “Na Minha Rua” tem sido o principal canal utilizado pelos lisboetas para reportar o desaparecimento de contentores. Um exemplo do Diário de Notícias vem da Rua Gomes Freire, na freguesia de Santo António, onde um pedido para a substituição de um contentor de média capacidade está pendente há mais de um mês. E o caso não é isolado; só no mês de setembro, foram registadas cerca de 30 ocorrências semelhantes por toda a cidade — mais de uma por dia.
Em 2024, até ao dia 31 de agosto, “foram registados através da mesma plataforma “6692 pedidos de contentores de 2 rodas”, informa a CML, que não esclarece, no entanto, quantos desses pedidos realmente atendeu. “Não é possível apurar ou comprovar” se se tratou mesmo de furto, e “é frequente, por exemplo, a deteção do equipamento numa localização próxima”, argumenta ao DN.
A autarquia garante ainda que “a reposição dos equipamentos normalmente é célere”, mas os moradores dizem o contrário.
A ex-apresentadora Leonor Poeiras, residente da freguesia de Santo António, está sem caixote do lixo há um ano e meio. A CML disse-lhe “para ir pondo nos caixotes dos vizinhos.
“Quando vou passear o cão à noite ponho sempre o lixo num caixote diferente. Enfim. E, claro, há sacos do lixo diariamente à porta dos prédios, muitas vezes rasgados e abertos”, revela ao DN.
Outro caso exposto pelo DN é o do cientista Miguel Prudêncio, residente em Benfica, que, após seis meses sem caixote, continua sem ver o seu pedido resolvido, apesar das sucessivas queixas feitas à autarquia.
“Pedi-o pela primeira vez na App Na Minha Rua em meados de março. Reforcei o pedido na App duas semanas mais tarde e voltei a reforçá-lo cerca de um mês após o pedido inicial. Entretanto liguei para lá e disseram que as entregas de caixotes estavam muito atrasadas, que iam reforçar o pedido internamente e que se precisasse de alguma recolha pontual era solicitar”, explica.
“Ainda anteontem voltei a ligar para lá e a pessoa que me atendeu voltou a dizer que as entregas estão muito atrasadas, que realmente o pedido já tem muito tempo, que vai reforçá-lo, blá-blá. Simplesmente ridículo“, desabafa o lisboeta.
“Estamos desde junho – há três meses – à espera. Efetuámos um primeiro pedido no Na Minha Rua, reforçado mês e meio depois. E continuamos sem caixote“, diz outra moradora, de Santa Maria Maior.
Apesar das declarações, a Câmara de Lisboa mantém a posição de que a reposição dos contentores é célere, e atribui eventuais demoras à falta de stock de certos tipos de contentores ou à alocação de recursos para eventos na cidade.
A autarquia afirma ainda que, em 2023, foram atribuídos 20.290 contentores, sendo a maioria reposições, com uma média mensal de 1.180 contentores substituídos. Em 2024, até agosto, essa média subiu para 1.401 por mês. Estes números sugerem que a maioria das reposições se deve ao desaparecimento ou furto dos contentores, com cerca de 75% dos pedidos a referirem-se a sumiços.
A CML destaca que possui cerca de 190 mil contentores em Lisboa, dos quais 160 mil estão integrados no sistema de recolha porta-a-porta. Para garantir a sua durabilidade, a autarquia investiu na identificação eletrónica dos contentores, instalando dispositivos RFID em cerca de 90 mil deles. O novo sistema deveria permitir a localização precisa dos contentores, mas a eficácia desta tecnologia tem sido questionada face ao elevado número de contentores que continuam a desaparecer sem deixar rasto.
Não há nenhum mistério.
A empresa que fornece os caixotes precisa de facturar!
Indo ver quem é e quem são os dirigentes, muita coisa será imediatamente explicada.
Procurem junto dos 500 mil emigranted que temos cá a mais…
Obrigado António Costa…
Muitos são levados para as vindimas.
Com rodas, escusam de carregar às costas.
Há muitos em cidades do interior.
E também a tentar raptar jovens mulheres e até miúdas mais novas, como fazem na terra deles.
Só que aqui não os fuzilam ou linxam…
A quem põs a ‘maozinha’ para baixo: não sabem informem-se!!!
Nem os caixotes do lixo escapa
Exactamente.
E abandoman as tendas e outras porcarias para outros irem limpar…