Minúsculo chip inspirado no nosso cérebro vai aumentar duração e vida útil das baterias

Innatera Nanosystems

Spiking Neural Processor T1

O Spiking Neural Processor T1, um minúsculo chip de inteligência artificial (IA) inspirado no cérebro humano, chegou e vem aumentar a duração das baterias dos dispositivos inteligentes.

O primeiro “chip neuromórfico” do mundo foi apresentado na CES 2025 – a maior feira de tecnologia do mundo, que decorreu na semana passada, em Las Vegas.

Como descreve a Live Science, este chip imita a arquitetura do cérebro humano e introduz capacidades de inteligência artificial em dispositivos inteligentes com consumo limitado de energia, como lâmpadas, campainhas ou alarmes de fumo ligados por Wi-Fi.

O que é um “chip neuromórfico”?

O Spiking Neural Processor T1 é um processador neuromórfico – o que significa que a sua arquitetura está organizada de forma a imitar os mecanismos de reconhecimento de padrões do cérebro.

Por exemplo, quando sentimos algo – seja um cheiro ou um som – temos diferentes tipos de neurónios que disparam para identificar as sensações.

Do mesmo modo, no chip, diferentes grupos de neurónios artificiais registam picos.

Como explica a Live Science, o princípio subjacente é a rede neural de picos (SNN) – em que uma rede neural é um conjunto de algoritmos de aprendizagem automática e os picos que produz são semelhantes aos sinais produzidos pelas células cerebrais.

Os algoritmos SNN também tendem a ser cerca de 100 vezes mais pequenos em termos de tamanho de ficheiro do que as redes neurais profundas convencionais utilizadas em modelos de linguagem de grande dimensão.

Baterias podem durar seis vezes mais

Em entrevista à Live Science, à margem da CES 2025, Sumeet Kumar, CEO da empresa de processadores Innatera Nanosystems, responsável por esta inovação, explicou que existem três camadas fundamentais no chip T1:

  • A primeira é o motor de computação baseado em SNN, que regista uma dissipação de energia inferior a 1 miliwatt e uma latência, ou atraso, que é tipicamente inferior a 1 milissegundo para a maioria das aplicações.
  • A segunda camada inclui redes neurais profundas convencionais.
  • A terceira camada inclui um processador padrão que lida com o funcionamento do sistema.

O T1, ou chips semelhantes, aumentaria a duração da bateria até seis vezes em alguns dispositivos e cenários inteligentes.

Por exemplo, um protótipo de uma campainha inteligente construída com o processador T1 que podia detetar a presença de uma pessoa usando tecnologia de radar durou 18 a 20 horas, contra uma ou duas horas num produto convencional baseado em Wi-Fi que envia dados de imagem e vídeo para servidores.

O chip já está a ser preparado para produção em massa este ano, com o envio de amostras para os fabricantes de dispositivos. Espera-se que os primeiros produtos com o chip neuromórfico T1 cheguem às prateleiras em 2026.

ZAP //

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