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Ministros falham acordo (de novo). Leão sem apoio suficiente para liderar MEE

Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-ministro das Finanças, João Leão.

Discutiu-se esta sexta-feira em Praga as candidaturas do ex-ministro das Finanças português João Leão e do luxemburguês Pierre Gramegna para a liderança do Mecanismo Europeu de Estabilidade.

As candidaturas do ex-ministro das Finanças português João Leão e do luxemburguês Pierre Gramegna ao cargo de diretor executivo do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) foram discutidas esta sexta-feira em Praga, pelos ministros das Finanças da zona euro.

Reunidos para encontro informal na cidade checa de Praga, os ministros das Finanças da zona euro, no âmbito de uma reunião do Conselho de Governadores do MEE, tentaram chegar a um consenso sobre os dois nomes em cima da mesa para a liderança do Mecanismo – João Leão e Pierre Gramegna –, sendo que um destes irá substituir o alemão Klaus Regling, que é diretor executivo do Mecanismo desde a sua criação, em 2012, e termina o seu mandato a 7 de outubro.

Depois de a votação ter sido já adiada por duas vezes por falta de consenso (dado ser necessário arrecadar 80% dos votos expressos), os ministros das Finanças da Zona Euro voltaram a falhar um acordo para a escolha do novo diretor executivo do Mecanismo Europeu Estabilidade.

Nem o ex-ministro português João Leão nem o luxemburguês Pierre Gramegna reúnem o apoio necessário para um deles ser nomeado o novo líder do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

A notícia foi avançada no Twitter pelo correspondente da Bloomberg em Bruxelas, notando que nenhum dos candidatos reuniu o apoio necessário para a nomeação.

Esta semana, Fernando Medina admitiu que a discussão era “delicada”, por existirem “diferentes sensibilidades” entre os países. “É uma questão que tem sido delicada do ponto de vista do equilíbrio entre os países e das sensibilidades sobre o que deve ser o futuro do MEE”, acrescentou o ministro das finanças português, citado pelo ECO.

Em maio, João Leão foi entrevistado pelo Politico acerca da candidatura, e disse ser “muito importante encontrar o equilíbrio certo para melhorar as finanças públicas através de, não só, políticas orçamentais cuidadosas, [mas também de] bom crescimento económico e do emprego. Portugal alcançou esse equilíbrio”.

Leão acrescentou ainda que o MEE “é importante para providenciar estabilidade” na Zona Euro, “mesmo quando não está a ser usado”.

Tendo em conta o novo adiamento da votação, o assunto volta a ser discutido, à margem da reunião do Eurogrupo de início de outubro, pelo Conselho de Governadores do MEE, o órgão máximo de tomada de decisões do organismo.

O conselho é composto por representantes governamentais de cada um dos 19 acionistas do mecanismo, os países do euro, com a pasta das Finanças. Portugal está representado pelo ministro da tutela, Fernando Medina. A sucessão no MEE deveria acontecer a partir de 8 de outubro.

Cabe aos ministros das Finanças do euro tomar esta decisão, numa votação feita por maioria qualificada — 80% dos votos expressos — sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do Mecanismo Europeu de Estabilidade no capital social autorizado.

Portugal, por exemplo, tem um direito de voto de cerca de 2,5%, o que compara com o da Alemanha (26,9%) e de França (20,2%), estes com maior peso na votação e com poder de veto.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da zona euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

Alice Carqueja, ZAP //

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